sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Delfines

Um planejamento de um ano. Muito, mas muito trabalho (que nos levou à exaustão) para que o que se desejava fosse concretizado. Ficar 15 dias longe de casa (acho que não tinha ficado tanto tempo de férias desde o primário, talvez nem no primário), ser recepcionada nos Estados Unidos com uma caipirinha por uma cubana. Passar o réveillon com cubanos, mexicanos, franceses e brasileiros. Falar em espanhol o tempo todo e quase me esquecer de como se fala em português. Andar tanto, tanto, tanto, para ver coisas diferentes. Não dominar de forma alguma o idioma americano, entrar no prédio errado e invadir sem querer o apartamento de um homem que estava com a camiseta do Batmam (minha vergonha era tanta que só me lembro da camiseta e da cara dele com a expressão tipo "o que vocês estão fazendo aqui?!"). Ter anjos enviados por Deus para nos ajudar a nos comunicarmos e até termos carona. Descobrir de fato o verdadeiro significado da palavra "brasileiro" e entender que temos raízes sim. Podemos ser uma mistura de muitos povos, mas a nossa raiz é inconfundível, incomparável e totalmente reconhecível em qualquer lugar do mundo... A alegria. Descobri que somos alegres de alma, fazemos milagres para viver e muitas vezes para sobreviver, o que nos torna extremamente especiais. Estar em um dos maiores navios do mundo. Sambar ao som de Beyonce, isso mesmo, sambei sozinha no palco no centro do navio com a música da Beyonce convidada pelo diretor do cruzeiro pra fazer a alegria das pessoas e mais uma vez mostrar ao mundo o quanto o brasileiro é querido. Quando desci do palco, uma moça de burca (toda coberta) com um filhinho no colo, veio com um sorriso incrível me agradecer pela dança, e eu mais uma vez agradeci a Deus por ser brasileira e pela minha arte. Conhecer o mar dos meus sonhos, e sim, ele é azul escuro (já dizia minha amada Cris Morena : -"hoy el sol sigue saliendo, es azul oscuro el mar, las estrellas brillan tanto y el misterio de volar"), o mar do Caribe. Desde que me entendo por gente, minha viagem dos sonhos sempre foi conhecer o Caribe. E eu estive naquele mar. Ver haitianos cantando, receber massagem de jamaicanas e amar o jeitinho dos mexicanos. Sim, estive no Haiti, na Jamaica e no México também! Amar parecer que estava dentro da série "Dexter" em Miami. Parecer latina para americanos, e americana para latinos. Andar na rua sem medo algum a qualquer horário. Ver mulheres andando sozinhas falando no celular a uma hora da madrugada. Comer tanta comida mexicana estando nos Estados Unidos, ficar por seis horas bebendo margueritas gigantes e fumando narguilé na Lincoln Road e voltar a pé incontáveis quarteirões. Comer e andar, andar e comer, e assim por diante. Me desesperar com as aves que ficam do nosso lado e em cima da gente como se fossem íntimas na praia de Miami e olhar esse outro mar, dessa vez verde água, lindo e renovador. Mas o auge de todo esse vivido, guardado na memória para sempre, foi estar com certos seres de amor... os golfinhos, the Dolphins, los delfines. Nunca esquecerei a sensação de fazer carinho nele, de nadar com ele, ganhar beijo e até ser ensinada por ele como eu deveria fazer para que ele me carregasse. Sim, eu estava longe do instrutor, somente o golfinho e eu, não sabia onde pegar, sou master lesada, comecei até a ficar com medo, e esse bichinho, mais inteligente que eu, me mostrou sem ninguém mandar, com calma, como eu deveria fazer. Um amor inexplicável. Essa foi a minha recompensa. 
Nunca foi fácil para mim conseguir as coisas que sempre quis na vida. Tudo, absolutamente tudo, sempre foi com muito esforço. Nada foi me dado. Tudo sempre foi com tanto suor, que às vezes chega a cansar. Quando se olha de fora, podemos pensar que a grama do vizinho é verde só por ter nascido verde, mas você pode ter certeza que ele regra a grama com disciplina e esforço. Eu me proponho e proponho a você, não só acreditar, mas chegarmos à exaustão de fato para conseguirmos o que julgamos merecer! CORAGEM... Pois o beijo do golfinho é inesquecível e valeu a pena cada sacrifício. Seja firme, imagine seu golfinho e vá beijá-lo! (Francis Helena)

O Amor

Quantos machucados, cicatrizes eternas, perdões complicados, vidas confusas, histórias jamais pensadas, mas só o amor é o que fica. O tempo passa, a mágoa vem, a tristeza tenta consumir, mas só o amor é o que fica. Quem não tem um sonho? Quem já realizou um sonho? Se o sonho está em seu coração e em sua mente, o único propósito de estar ali, é para ser realizado através do amor. Amar e emtroca amado ser pode-se dizer que é a complicação mais fácil que temos como missão. O amor por si mesmo também é desafiador e talvez o mais importante de fato, pois só sabe amar, aquele que conhece o amor verdadeiro por si mesmo. Maior que a vida, somente o amor, que é capaz de ultrapassá-la. Por vezes se quer desistir, esquecer e até tentar não senti-lo, mas o amor é o único capaz de superar o todo. Haverá dor, algumas cicatrizes jamais fecharão por completo, a compreensão sobre certas coisas nunca existirá, mas só o amor é capaz de ficar. A maior e mais completa sensação que se pode sentir de fato é o amor. Nobre, inteiro e leal a si mesmo, somente o amor. (Francis Helena) 

Ao Meio

Um meio sorriso. 
A noite dormida espaçada. 
Velhas atitudes. Atitudes regressas. Desgaste. Corda bamba. Emoção bamba. Tão desnecessário o tanto. Mas hoje o miúdo se torna gigante, pois será que não foi sempre assim? Onde foi parar a definição do que se dizia perfeito? Miragem. Não se sabe se existe um regresso, ou se por um tempo existiu na verdade, apenas uma projeção. De tão certeira a decisão, se acredita no que se quer e não no que se vive. Estar ao meio. No meio disso, cansaço. Onde se acha o perdão? Um meio termo para o alguém que necessita sempre do todo. O sono chega então e ela se esvai dentro de si mesma. (Francis Helena)