terça-feira, 31 de março de 2020

Pare! Só pare!

Pare e entenda o que está acontecendo no mundo e na sua vida! Abra os olhos para o momento REAL que estamos vivendo. Se coloque como o adulto que você é e com maturidade tome as rédeas da sua vida AGORA. O momento pede que você seja racional para tomar as melhores decisões a cada momento. Uma “pequena” decisão mal tomada agora, acarretará prejuízo de pequeno a longo prazo em vários âmbitos da sua vida. Não querer assumir para si mesmo que a vida é séria, só te trará sofrimento mais para frente. Prevenir sempre será melhor que remediar. Pare de fugir da realidade. “Fugir” só te trará mais sofrimento! Aceite! Com calma, serenidade e maturidade olhe para os aspectos da sua vida que precisam de ajustes e faça esses ajustes com o que você tem agora. Se esforce! Pesquise, se informe e busque informações com quem realmente entende da área que você precisa de ajuda nesse momento. Se inspire em pessoas que tem o pé no chão e que não fogem da realidade da vida agora. Saiba ser seletivo com o que o outro diz e fala. Não é porque você admira determinada pessoa, que TUDO o que ela diz ou faz está correto. Não tampe os olhos com a venda da ignorância querendo minimizar o que é real. Busque a verdade, e sinto dizer que a verdade no dia de hoje é cruel. Aceite! Não se vitimize nem ache que a vida do outro está mais fácil. Você não conhece pra valer a vida do outro. Cada um tem um fardo para carregar que talvez você nem imagine o quão grande seja. Não julgue! Pare de dar desculpas sobre os seus fracassos colocando a culpa em outrem. Não é hora de se comparar nem de competir.  Se adapte a sua nova realidade. Seja flexível. Quando você assume o seu papel responsável no mundo, você fica mais forte e sábio. A hora é agora! Pare de empurrar a sujeira pra baixo do tapete! Limpe a sujeira de uma vez por todas. Faça suas escolhas com sabedoria, para quando o momento de calmaria chegar, você olhe para trás e tenha orgulho de si mesmo! (Francis Helena Cozta)

Espera

Até então estava tudo bem. Entendi racionalmente que teria que ficar em casa, pois todos os meus trabalhos foram adiados (sem trabalhar, não recebo) e moro com uma pessoa do grupo de risco (que também não está trabalhando e recebendo), ou seja, sair de casa não é uma opção para mim. Entendi minha condição e não me vitimizei em momento algum. Estamos todos no mesmo barco, cada um com seu fardo a ser carregado nesse momento. Mas hoje resolvi arrumar minha bolsa, tirei o desodorante que sempre levo comigo, um item ou outro de maquiagem, a carteira, minhas cópias do meu registro de atriz que uso nos testes, e... a agenda com o marca texto parado na sexta-feira passada. Me dei conta que não usarei a bolsa de novo tão cedo, então guardei-a vazia no armário. A bolsa esvaziava enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. Percebi que a vida de algum modo parou. É estranho não pegar o telefone toda hora pra ver se chegou mensagem da agência perguntando sobre um teste, não organizar tudo para a correria maluca do dia seguinte: o material do curso, a roupa da academia, o lanche, a garrafa de água, as coisas do trabalho daquele dia. Apertaram um pause nos sonhos que estavam em andamento para serem realizados. Sonhos construídos degrau por degrau com tanto esforço. A impressão é que saí da minha vida pra viver a vida de outra pessoa que não sou eu. Minha mente entendeu o que está acontecendo, mas como explicar pro meu coração que aquilo ali que a gente tanto planejava e queria estava pertinho; e que agora teremos que esperar. O artista está muito acostumado com a espera. Ele espera aparecer o teste, espera a resposta do teste, espera muito na gravação ou no ensaio, espera o trabalho ir pro ar, espera que o teatro tenha público, espera o cachê quase sempre atrasado. Mas confesso que essa espera de agora está diferente. Por hora caro artista, diga pro seu coração que seus sonhos estão adiados e que mais uma vez, você terá que se acostumar com ela, mesmo já sendo especialista nessa arte... a arte da espera. (Francis Helena Cozta)

Crise

CRISE. ⊙ ETIM lat. crĭsis,is 'momento de mudança súbita, crise (med)', do gr. krísis,eōs 'ação ou faculdade de distinguir, decisão, momento difícil'.
Momentos de crise nos fazem ter a dimensão do quanto e em quais pontos específicos somos falhos.
Não ter a disciplina de poupar dinheiro todo mês para uma emergência, pois nos enganamos vivendo num positivismo barato, reagir automaticamente sem pensar quando se fica com medo, esquecer que prevenir sempre será melhor do que remediar, sempre deixar para depois o que precisa ser feito, adiar o essencial, confundir o que é importante com o que é urgente, não entender que eventos de força maior acontecem e que somos frágeis, agir por impulso, são alguns exemplos de pontos que precisamos ajustar. Cabe a cada um como indivíduo analisar onde está sua falha, e somente nos momentos de crise “caímos na real” para nos auto analisarmos e assim ajustarmos “nossos defeitos”. Não temos controle de tudo, mas temos o domínio das nossas próprias escolhas e ações como ser individual. Olhar para si e perceber as próprias atitudes é sinal de compaixão com o próximo. Calma, toda crise passa e mesmo que ela deixe marcas, teremos tido mais uma vez a oportunidade de aprender e de fato colocar em prática o que precisamos mudar para nos tornamos melhores. (Francis Helena Cozta)

Preciso e real

É que as coisas realmente mudam. Na verdade a gente muda e as coisas tomam um outro lugar. Estar repleto de si mesmo nada tem a ver com uma certa letargia, aceitação ou comodismo (pelo menos era assim meu entendimento) e sim com inconformidade e então com puramente ação. O fazer todos os dias transforma a mente. E como transforma. É quase que como uma “decisão”. É preciso e real. Coisas sempre ditas por sei lá quem que se tornam regras sei lá porque e são automaticamente replicadas, já não têm mais sentido. Enquadrar-se em tais “obviedades” se torna uma obrigação sem razão alguma de ser. Questionar-se. É como arrancar uma venda dos olhos. Não há mais fuga e arranjar desculpas é algo que se tornou escasso. Onde a completude reside, a euforia se esvai. (Francis Helena Cozta)