terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sem título.

Eu não fui feita para arrastar multidões ou dizer o que a maioria quer ouvir. Eu fui feita para fazê-la pensar. Eu raramente estarei do lado da maioria e do óbvio da massa. Eu prefiro pensar: -"E por que não ir em outra direção?" Eu não tomarei uma decisão baseada numa doutrina ou num dizer religioso. Frases feitas me incomodam e conceitos antigos também. O que eu pensava ontem, posso pensar diferente hoje, pois é para isso que estou aqui... Evoluir. Tenho aversão a tudo que nos tira a liberdade e a escolha de sermos quem realmente somos. Abomino rótulos. A futilidade não faz parte do meu ser. O interesse pelo modismo passa longe de mim. Acredito que a internet é mais um meio de sermos os personagens que desejamos ser para os outros, e que só quem nos conhece de fato, são aqueles que estão sempre no nosso dia a dia convivendo com nossas transformações interiores. Não vejo sentido em ter outro ser humano, que só se conhece pelo que ele posta, como exemplo de vida a ser seguido. Qualquer tipo de fanatismo para mim é algo que remete a doença, e a busca pela perfeição, idem. Nada em mim beira a perfeição, pelo contrário, tenho aversão a isso. Nossos pequenos defeitos é o que nos diferenciam dos demais. Sigo minha intuição, acredito no amor e no perdão, mesmo sendo um desafio perdoar sempre. Muitas vezes meus dizeres podem ser complexos, mas está tudo bem, eu fui feita para os raros. (Francis Helena Cozta)

Eu

É que eu tenho os pés no chão, o coração na boca, as mãos nos sonhos, os pensamentos no divino, as pernas no mar e os braços no céu. É que eu tenho todas as vontades do mundo e a mais vibrante serenidade. É que eu tenho o choro da felicidade e a respiração da alegria. É que eu tenho o agradecimento completo e a inquietude do querer. É que eu vibro com o pouco pequeno e com o muito gigante. É que eu tenho asas, a dança e a arte. É que eu sinto... (Francis Helena Cozta)

Percepção.

Parece ser saudade. Mas é um pouco diferente. Não há saudade de um alguém. A existência é a saudade do momento sentido, da sensação vivenciada, do instante eterno. Mas se foi vivido por um único ser, só cabe a ele a compreensão desse sentimento... Pode-se dizer então que a saudade é de si próprio. Saudade dele mesmo ou de como ele mesmo era. Então está tudo bem, pois está tudo no devido lugar. Cada qual em seu devido lugar. Doce é a compreensão do saber. Agora. Agora não mais como antes. Não há porque querer reviver, pois agora se é novo, renovado. Não se pode mais misturar. Já se fez diferente e cada vez mais entendido e perceptivo. Daquilo que está lá, ficou realmente para trás. Daquilo que está aqui, ah... Se intensifica instante a instante e mais uma vez renovado. Não está mais lá. Na verdade sempre esteve aqui. Elegantemente diferente, sensivelmente apaixonante, perceptivelmente único, para os sábios, para os raros, para os sensíveis, para os perceptíveis. Suave e distinto, pois a percepção veio da essência. (Francis Helena Cozta)

Começo, meio e fim

A casa, a profissão, a família, os objetivos, as obrigações, a internet, o celular, os outros, a vida, por vezes nos faz estar em constante aceleração. Um dia após o outro e por vezes esses dias não parecem ter intervalos. Um se sobrepõe ao outro na constante busca pelas conquistas e na verdade o que parece é que os dias não têm começo, meio e fim. Um dia se embola no outro de tal forma que já não sabemos o que comemos pela manhã, ou como terminaremos ESSE dia. Tudo isso também ocorre quando estamos na inércia, no vazio, ocos e se sentindo sem função. Os dias também parecem ser todos o mesmo dia. Chegou a hora de desacelerar, de entender, de se concentrar, de deixar o celular e os outros pra lá por alguns momentos que precisam ser somente seus. É hora de se lembrar que cada dia é único e que cada um pode ser diferente. É hora de fazer as coisas com calma, sem cobrança, vivenciando cada instante. Descobrir a sua própria maneira de começar e terminar cada dia, para que esteja descansado e firme para o próximo completamente novo que virá. Pois sim, certas coisas precisam ter começo, meio e fim. (Francis Helena Cozta)