quarta-feira, 23 de abril de 2014

Butterfly

Somos nossos próprios inimigos. A experiência mais libertadora é tirar de você um fardo posto sobre si próprio. Se você o colocou, cabe somente a você tirá-lo dali. A neblina se vai e você percebe que aquele fardo era tão imbecil, pois querer estar onde não se admira não faz o menor sentido. Tudo está leve e agora talvez o mais difícil você consiga enfrentar. O inimaginável. Como é bom ter paz e talvez até borboletas no estômago novamente, ou seria uma butterfly? Não importa, pois o que vale é simplesmente a sensação de estar. Não pensem que é conformismo, pelo contrário, é plenitude. Jamais imaginamos chegar a essa sensação tão límpida, clara, calma, viva sim, mas altamente calma. Percebe-se mais uma vez que está tudo bem. Não há mais comparações infundadas. Velhice, anonimato e outras tantas palavras estão presentes numa mente em mutação. Se for mais uma fase, está tudo mais que bem em vivê-la. Não existem especulações se passará ou não. O que há de se sentir agora prevalece. Adeus fardo maldito. (Francis Helena) 

Do Que Se É

Como o despertar de um sono profundo. Como tirar uma venda dos olhos. Como ver o Sol brilhar depois de muita tempestade. Como sentir o calor após um longo inverno. Como ter esperança. Como ter um sorriso no canto dos lábios. Como ter novamente um segredo. Como querer renascer. Como querer desbravar. Como entender certos e não mais querer entender alguns. Como saber que se é mesmo diferente. Como perceber que realmente o coração esperava por mais. Como romper barreiras. Como se sentir grande. Como não se comparar mais ao incomparável mesmo. Como enxergar o que o fazia medíocre. Como vislumbrar que é possível o nem antes cogitável. Como querer de verdade. Como não ter dúvidas. Como ter certeza do que se é e não de onde ser. Do que se é! (Francis Helena)

Sabotagem

As pessoas te perguntam "porque?" 
Você se pergunta "porque?"
A resposta parece sempre ser "não sei."
Para algumas perguntas aparentemente óbvias, parece não haver respostas. Você tem quase certeza de que não há resposta... Mas há. 
Somos sabotadores de nós mesmos.
Cada indivíduo tem seu processo em cada ramo de sua vida e cabe a cada um desvendar o que oculta esse processo para o auto desenvolvimento. Por vezes simples, por vezes complexo. Em um determinado ramo, simples pra um. No mesmo ramo complexo para outro. Quanta sabedoria há que se ter para tanta compreensão. Ter uma pequena consciência do próprio processo já é um pequeno passo para achar a resposta dos "porquês" para substituir o tal "não sei".
Dentro de si, está claro que "não sei" não é o que se basta e que se sabe de fato resolver tal enigma. E a busca do "porque" se inicia mais uma vez (mesmo já sabendo a intrincica reposta).
(Francis Helena)

29

Ela se veste de céu, o da cor do dia e o da cor da noite também. Ela se vê nova e se sente velha. Ela se vê velha e se sente nova. Ela vê que tudo passa, tudo o que tem de passar é o tudo que passa. O que é dela livremente fica. Ela é princesa, ácida, irônica, mas princesa. Ela ainda sonha... Bobagem... Que sonhos pequenos perto do que ela pode realizar. Ela sabe da vida e de nada sabe. Ela sabe amar, e como amar e mais amada ser. Ela se entrega ao intenso e ao intensivo também. Ela tem 29, não 19. Ela não é menina-mulher, talvez mulher-menina... Não! Ela é mulher. Ela chora de felicidade. Ela ri de tristeza. Ela se realiza com pouco e é boba ao pensar que precisa de muito. Ela escreve porque sente demais. Ela transborda seus adjetivos. Ela é a sanidade personificada na loucura. Ela é artista de alma. Ela se pergunta: hoje estou onde gostaria?! E se responde: Não. Ela se pergunta: hoje sou quem eu gostaria?! E sem a menor dúvida de imediato ela se responde: SIM. (Francis Helena)

Tanto

Lástimas, defeitos, cicatrizes, imperfeições, experiências. 
Acúmulos de sentimentos. 
Vida repleta de caos, recheada de ternura, afundada na paixão, rodeada de certezas, atormentada por quereres, permeada pela dualidade, abençoada pela vontade, amaldiçoada pela preguiça, dedilhada pela moral, inspirada da justiça, fomentada pelo novo, vivida a beira da insensatez. Onde se coloca o tanto?! (Francis Helena)