terça-feira, 2 de maio de 2017

Trinta e Dois

É que eu não tenho muita paciência. Sou a típica ariana. É que por muitas vezes as coisas me cansam. Gosto do novo. É que eu me apaixono intensamente e me desapaixono com a mesma intensidade. É que eu me lembro de absolutamente tudo, até do que não é mais tão interessante. É que muitas vezes me enxergam ainda como criança. É que eu tenho o riso solto. É que eu preciso do profundo e do verdadeiro. Estar por estar, fazer por fazer é praticamente uma tortura. É que eu sempre fui assim. A coragem de assumir veio com o tempo. É que eu tenho uma grande bagagem pra carregar. E é bem difícil dividi-la para que me ajudem com o peso. É que eu tenho certezas absolutas. Porque dentro delas existe movimento e serenidade ao mesmo tempo. É que o tempo passa. Eu adoro isso. É que eu me desinteresso. Gosto mesmo é de plantar a semente, mas não tenho tempo pra vê-la se tornar árvore, preciso correr para plantar novas sementes. É que o rio da vida tem muitas curvas, afluentes, que eu preciso percorrer. É uma questão de sobrevivência. É que certas coisas são realmente passado. É que certas coisas se tornam rapidamente passado. É que eu não me apego. É que não tenho tempo pra agradar se não for profundamente interessante. É que eu sou liberta. É que eu já (e ainda) tenho 32 anos. (Francis Helena Cozta)

Foi


Particularmente 2016 me ensinou que não é preciso se preocupar, mas sim, se ocupar de fato com a saúde. Um ano mundialmente complicado e particularmente transformador. O ano do TP, da câmera e do teatro também. O ano da dieta, do exercício e da busca da saúde. O ano do reencontro consigo mesmo, com o passado e por isso o vislumbre do futuro. O ano da apresentadora, da Rô, da Verônica e da Bianca. O ano que (na ficção) me tornei mãe, dona de casa, rebelde, séria, falei de tantos produtos e virei uma dona do mundo. O ano de um resgate de quase 20 anos atrás. O ano de encontros mágicos. O ano de lembrar quem se é, e a infinidade do que se pode ser. Juntos, 2015 e 2016 me entregam ao corajoso 2017. Pode vir, caminho em sua direção. Me desejo e te desejo muita, mas muita saúde, segurança, reconhecimento e prosperidade. Vem que vai ser lindo! (Francis Helena Cozta)

Único

O que é bom de verdade não vicia, não cria dependência, não torna escravo, não cega. O que é bom de verdade traz discernimento, sensatez, e até questionamentos. O único lugar que vale a pena voltar sempre, é para dentro de si mesmo. Se só se é feliz frequentando um determinado ambiente, é hora de analisar. Raiva, tristeza, angústia também fazem parte. Quem disse que é preciso ser feliz o tempo todo? Errar também é parte da vida. É hora de ser de verdade. Não há moldes, somos extremamente diferentes, e assim continuaremos. Tem um mundo lindo lá fora que é grande demais para ser parte apenas de uma tribo. Dogmas, doutrinas e receitas de bem viver não existem. Somos frutos de nossas próprias experiências e só um é que sabe do seu próprio vivido. Não se pode querer uma existência simultânea se somos únicos, inteiros e livres. Somos do mundo... Ainda bem. (Francis Helena Cozta)

Sarah

Ás vezes é preciso voltar pro ninho, se reencontrar consigo mesmo, se resgatar, saber quem se é. Ás vezes não sabemos de onde realmente somos, porque na verdade somos de vários lugares, somos do mundo e do amor. Ás vezes é preciso encarar quem se era pra se tornar quem se pode ser. A vida te une a pessoas que também precisam de você em sua jornada. Vidas interligadas. Encontro de almas. Resgate de vidas. Volte pro ninho, reencontre-se, fique ainda mais forte... E voe!

Semente

E o tempo mais uma vez vai dando as caras. Sempre se sabe que há começo, meio e fim. Sempre. É preciso que seja assim. Parece tudo novo, pois é intenso, mas a partitura é conhecida. Existe a vibração do começo, a intensidade vivida no meio e a tristeza necessária do fim. Necessária sim, porque a vibração só vem novamente no outro começo. Fluxo perfeito... Encantar-se e desapegar-se. Pois assim se é. O amar já é eterno, pois a semente já foi plantada. Já está lá, no mais lindo lugar. Então talvez seja a hora do outro novo, do novo começo. Calma, a alma sabe a hora do novo plantio. Ele já vem. Assim, naturalmente sentido, "arianamente" vivido, necessariamente chamado. Faz-se a perfeita função e se vai para que possa florescer, pois se é semente. (Francis Helena Cozta)

Atriz

O caminho muitas vezes é mais importante do que a chegada, o percurso do que o final, o processo do que o resultado. Bom mesmo é saborear cada instante, cada momento. Doce vida louca que nos coloca no lugar devido com as pessoas certas da forma mais poética. Difícil é não amar. Fácil é se apegar. Impossível é não se entregar. Vida efêmera que nos coloca e nos tira de outras vidas de forma tão repentina. Emaranhado de emoções e sensações opostas. Dúvidas e certezas. Como, quando, onde, porque. Não sei e sei de tudo. Não importa. Foi a vida que eu escolhi, foi a vida que me escolheu. Eu sou atriz. (Francis Helena Cozta)

Certo


Já dizia o poeta: -"A escolha certa é a que acalma o coração". Então digo que a escolha certa não é a que permeia o óbvio, ou o previsível, mas aquela que te aproxima mais do que você mesmo é. É aquela que transforma você em você mesmo. A escolha certa é extremamente particular, por vezes racional, por vezes intuitiva, mas realizada por aquilo que o faz vibrar naquele determinado momento, e este está ligado muitas vezes a personalidade, ao caráter, ou simplesmente a busca individual de algo. No fim das contas o que importa é a sensação de completude. É o que eu posso me oferecer hoje! E assim foi feita mais uma escolha!" (Francis Helena Cozta) 🎭