terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tradução

As palavras faltam quando na verdade não se sabe o que dizer. Alguns sentimentos, algumas sensações são quase que impossíveis de serem traduzidas em qualquer que seja a forma. Certas coisas de fato não têm definição. Grupo, encontro, identificação. Busca, aprimoramento, estudo. Sinergia, envolvimento, paixão. Ritual, magia, arte. E todo e qualquer porém se esvai. Alcança-se a plenitude dos sentidos, talvez antes jamais sentidos. Uma imensidão de seres, luzes, energias, vibrações, e quem sabe, traduções... Da união de um todo com passado, presente e futuro misturados, pois o tempo perante esse emaranhando de bênçãos, não entra em voga. Um reflexo de alma, de missão, de vocação, de não se sabe o que mais... De algo divino. Conexão orgânica com os mais lindos acordes numa partitura desenhada por anjos e fadas. Talvez essa seja a tradução... A Arte. E tudo então se torna visível, pois ultrapassa, transmuta e realiza. (Francis Helena Cozta)

Foto por Anette Naiman na estréia de Romeu e Julieta no Teatro Garagem.



Meninice

Vivo de suspiros, sofro de lonjuras, potencializo poesias, acrescento espaço no peito e recheio mais o coração. Aumento a meninice e me apaixono mais uma vez. Esqueço os números, os fatos e os porquês. Relembro o bom, o bem, o sim e de mim. Caminho na corda bamba da liberdade e sinto tudo o que posso, o que devo, o que sei e o que vem. Enxergo nos outros o reflexo do que agora está em mim. Convivo inteira e secretamente comigo. Não busco entender, pois não se faz necessário. Eu vou, eu vôo... (Francis Helena Cozta)

Coisas

Nem se sabe como e o que pensar. Não há o que pensar, há um pesar. Doce pesar. Peso que não se pode carregar. Peso, aliás, que torna tudo leve. E torna a sentir as antigas, mas completamente novas sensações. Treze, vinte e três, trinta. Números pesam, números, números e pensamentos, pensamentos e desejos, desejos e coisas. Muita coisa. É o corpo rejuvenescido. Jovialmente instintivo e maduramente necessário. É leve, mas pesa. Quanto maior as asas, mas se pode chocar nos obstáculos. Asas pequenas seriam de mais fácil uso, mas se torna inviável. Vôo efêmero. Se és efêmero que seja intenso. Ah, intensidade, és sempre a que ocasiona o todo de um porque incompreensível. Por ser vontade não está a vontade, ao dispor sim, mas não como se devia. Bom, intenso e efêmero. É leve, mas pesa. É que são muitas coisas. (Francis Helena Cozta)

Dentro

Então a compreensão. Disciplina nada tem a ver com cobrança. Para se ter disciplina é preciso tranquilidade. E mais uma vez, tranquilidade não combina com cobrança. É preciso paz. Tudo é um processo de dentro para fora. A paz de dentro se reflete por fora e cada um como ser individual deve buscar sua paz, para assim transcender e simplesmente transparecer. O seu encontro consigo mesmo é totalmente diferente dos demais. Não se cobre. Não se compare. E não se inspire em algo da internet, não se inspire em mim, não se inspire em ninguém... Inspire-se em você mesmo, traga de dentro de você o que só você sente que te falta para que se sinta completo. Sua luz é única e seus desejos também. Não existem padrões, regras, obrigações, nem pressões. Cada qual com seu tempo, seu amadurecimento e seu entendimento de dentro pra fora. Somos por fora, a transformação iniciada por dentro... Eu não rôo mais as unhas. (Francis Helena Cozta)