quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Permitir

É que de repente é uma questão de aceitar a própria condição no mundo. Entender o que se ocasiona nos outros por onde passa e por fim começar a gostar disso. Esconder-se já não é mais uma boa opção. Fazer escurecer a própria luz para enquadrar-se no imposto também não é mais possível, na verdade nunca foi. É chegada a hora de não mais negar o óbvio. Talvez antes já fosse visível a todos, mas assumir para si mesmo se fazia a tarefa mais dolorosa. Esquece-se a dor, acalma-se o coração, infla-se a coragem, ativa-se a gratidão. A egrégora começa a ser naturalmente formada. Na verdade esse é o estado natural. É saudável e necessário ao mundo. Faz parte da troca lindamente proporcionada e cobrada pela vida. Tira-se o véu e a venda. Levanta-se o olhar. Esquece-se o “não”. É que de repente é uma questão de se permitir deixar fluidamente brilhar a própria luz. (Francis Helena Cozta)

Um Dia

Um dia você percebe que a sua mente e o seu coração são únicos. Um dia você começa a entender tudo que se passa cá dentro. Um dia você compreende que é preciso pensar com a própria cabeça, e não como um grupo, família, tribo, sociedade pensa simplesmente porque você foi inserido nela e ensinado/forçado a agir como tal. Um dia você descobre que tirar suas próprias conclusões é sempre a melhor opção; E perceber que suas conclusões mudam com o tempo é melhor ainda. Um dia você entende que é necessário olhar para dentro, e assim, olhar para o outro se torna muito mais empático. Um dia você percebe que é preciso se dar oportunidades para ser melhor, e esse “melhor” não segue padrões impostos por ninguém além de você mesmo. Um dia você vai acordando e entendo a maturidade; E percebendo que ainda há tanto a amadurecer. Um dia você começa a aceitar, a confiar e a se libertar. Um dia você começa a aceitar o outro, a confiar no outro, a libertar o outro. Um dia você começa a chegar mais perto de quem você é de verdade. Um dia você começa a admirar quem o outro é de verdade. Um dia, e não de um dia pro outro. (Francis Helena Cozta)

Sorte

Escancarar seu lado mais oculto. Abrir-se de forma exacerbada. Mostrar sem filtros o que se passa no coração, na mente, na alma. Ir além de limites jamais pensados. Desnudar-se. Expor talvez o que pra si mesmo fosse seu lado mais obscuro. Segurança, confiança, sinceridade. Entende-se, por falar a ti quem de fato se é. Sentir-se privilegiada. Entregar-se. Perceber que ainda nada se aprendeu sobre amor, pois a lição vem agora de ti. Complacência, empatia, compreensão. Segurança. A admiração aumenta. Agradecer ao universo pela união de almas que se ajudam na evolução. Mais um começo vem. Aprendizado. Pode ser acaso, destino, coincidência o encontro com quem se pode conhecer a tal liberdade. Talvez ela já esteja aí. Compartilhar a vida, os ideais, os sonhos, as necessidades, as vontades. Paradigmas, clichês, dogmas, obviedades se vão. É além, muito além! Esquece-se o que é dever ou obrigação. Não é à toa que te escolho. Eu tenho sorte. (Francis Helena Cozta)

E Agora?

Entender-se e aceitar-se é o maior desafio terreno. Enquadrar-se em padrões estipulados, por vezes soa como uma agressão a si mesmo. A libertação é dolorosa quando parece que ninguém pode compreender. É dito, é imposto, e só é permitido ser assim... Da maneira que a maioria diz ser a “correta”. Mas seria possível ser uma coisa sem anular outra. Agregar ao invés de escolher. Fluir ao invés de deter. Se é assim, sempre foi. Especial aos olhos de Deus, pois Ele conhece o tal coração, e ao pensar Nele a aceitação por vezes vem suave.
Dá medo. Amarram-se as asas. Aliás, pra que asas se não são utilizadas. Tanto viver deixado pra lá... Que pena. Tantas sensações engolidas e sentimentos sufocados. Uma busca infinita, onde o que se procura sempre esteve no lugar mais óbvio e menos acessado por falta de coragem, amadurecimento e compreensão. Quando se sente é porque é. Talvez todos os porquês estejam exatamente aí. Nessas horas percebe-se a magnitude do tempo e o acolhimento do divino. Abre-se um sorriso para o coração, e uma lágrima escorre do lado de fora. Sente-se a tranquilidade ao olhar para o céu e a amargura ao olhar ao redor. Tudo se encaixa no pensar, no sentir, no ser. E agora? (Francis Helena Cozta)

Mina

Acostumada com edifícios, ambientada no cinza (uma de suas cores preferidas), caminha na garoa sem guarda-chuva, gosta mesmo de avenidas, de dormir com barulho, das luzes da noite, da bota, do salto e do tênis. Sempre leva o casaco. Dirige seu carro e a própria vida. Vai de metrô. Mantém-se viva pela certeza do imprevisível. O óbvio não a seduz. Arranha-céus traduzem sua versão de castelos. Elevadores. Asfalto. Faróis. Lombadas. Bolacha. Do Paraíso a Consolação e vice-versa; a tradução da vida. À beira do caos. Workaholic mano do céu, tipo assim, beleza? Ela é mina, tá ligado? Ela é de Sampa meu! (Francis Helena Cozta) 

Voz

Eu tenho um desejo... Guardado no peito, preso na garganta e refletido em arrepios. 
Eu tenho uma vontade... Que percorre meu corpo e transborda nos lábios. 
Eu quero e não posso. Eu posso, mas não devo. Eu devo, mas não quero. 
Turbilhão. 
Um sorriso de canto com um levantar de sobrancelhas me vem espontaneamente.
Suspiro.
Chama. 
Do elemento fogo ao signo oposto. A resposta está aí para o som se propagar no AR e ressoar em todo o corpo. 
Equilíbrio nunca imaginado, e nesse momento totalmente descartado. Ar inflamando fogo.
Calor.
Então o receio de queimar-se.
Vai passar. Será?
Voz. Ouvidos. Arrepio. 
Eu tenho um desejo. Eu tenho um segredo. (Francis Helena Cozta)  

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Isso


Mistura do ofício com a paixão. Da imaginação com a criatividade. Do auto conhecimento com o abandonar-se. Despir-se de si mesmo, sem esquecer-se. Buscar outras vidas sem deixar de viver uma única. Entregar-se e depois retornar-se. Inventar, criar, acreditar, viver e depois guardar. Ser outro além de si mesmo. Novas sensações. Entendimento sem a inteira compreensão do que se sente. Dar um pouquinho de si a ela e levar um pouquinho  dela consigo. Impossível não contagiar-se. Doce mistura. Somos juntas e únicas ao mesmo tempo. Talvez porque uma única vida não seria o bastante. Transbordar-se. Necessitar dessa busca inventiva cada vez mais. Perceber que o caminho é mais gostoso que o resultado. Troca. Jogo. Busca. Vivência. Atuação. Se “atuar é a habilidade de viver verdadeiramente sob circunstâncias imaginárias” (Meisner), que nunca falte imaginação a esse ser para viver todas as circunstâncias concedidas. Pois é disso, por isso e para isso que vivo. Eu sou atriz. (Francis Helena Cozta)

Entendimento

Ontem um pensamento me veio a mente... "É preciso agradecer todas as noites quando chegamos em casa por estarmos a salvo. Ainda bem que não nos aconteceu um acidente no trânsito, um assalto, ou qualquer coisa ruim". Então me peguei pensando se a vida realmente seria isso... Agradecer pelo "não ruim ", e mepareceu muito raso. A vida seria baseada em "ufas", em alívios, em "ainda bem", em desvios do mal?
Tive a sensação do tal "não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal", e mais uma vez me pareceu raso. A vida seria um eterno defender-se, aliviar-se, agradecer, para então começarmos tudo outra vez? Desgastante, não? Não posso me contentar com essa possibilidade. Somos treinados a viver através do medo e da culpa, a nos enquadrarmos dentro do senso comum. Você já parou pra pensar se o que você pensa é algo que você mesmo conclui ou é algo que te fizeram acreditar que seria o correto? Por você fazer parte de um determinado grupo, comunidade ou doutrina, você precisa pensar exatamente igual a todos que fazem parte disso com você? Temos pensamentos automáticos e por vezes somos zumbis por não pararmos para nos auto analisarmos sem julgamento. Somos únicos, porque temos que nos enquadrar tanto? Isso sim é perigoso. Não é fácil parar de repetir padrões de pensamentos, mas hoje eu preferi agradecer ao bem e lembrar que ele existe, mas que cabe a mim enxergar-lo em todos os lugares. Agradecer por eu tirar as minhas conclusões, a ser dona dos meus próprios pensamentos e tentar escapar das armadilhas da massa. Hoje eu resolvi que não ia dar mais valor aos livramentos do que as benções. Resolvi pensar no bom e realmente ver esse lado. Deixamos passar imagens e sensações que poderíamos aprecia-las para tudo ser como deve ser... Leve, livre e fácil, para então talvez perceber o que é a vida. É preciso conectar-se consigo mesmo verdadeiramente e com disponibilidade para acessar sentimentos jamais vividos. Acessar a sua própria verdade. Talvez aí eu entenda o que é a vida, para depois me esquecer e tentar entender tudo outra vez. (Francis Helena Cozta)

Liberdade


Falemos de flores, de cores, de amores.
Falemos de lembranças, de pensamentos, de sonhos.
Falemos de respiração, de inspiração, de transpiração.
Falemos do que é de verdade, do que é transparente, do que é sentido.
Deixemos as máscaras, o socialmente aceito, a falsa moralidade.
Esqueçamos o confortavelmente imposto, o religiosamente colocado, o óbvio sempre dito.
Escutemos o coração, a mente, a intuição.
Olhemos para os olhos, para os sorrisos, para dentro.
Escutemos as risadas, os perdões, os agradecimentos.
Desapeguemos das falsas verdades, das regras virtuais, das reclamações externas.
Lembremos da disponibilidade, da empatia, da compreensão.
Recuperemos a essência, o sentir, o estar.
Atraiamos a presença, o divino, o inesperado.
Compartilhemos a sabedoria, a luz, a arte.
Tenhamos a paciência, o respeito, a resiliência.
Mantenhamos a delicadeza, a sensibilidade, a inteligência.
Distanciaremos o conveniente, o fútil, o padrão.
Aceitemos o novo, o diferente, o incomum.
Firmemos a tranquilidade, a coragem, a convicção.
Vivamos o profundo, o próprio, o único.
Libertemos as ideias, os pudores, as asas. (Francis Helena Cozta)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Nancy

Quando tudo parecer que está errado, é hora de silenciar e apenas ouvir o seu coração. Se conectar consigo mesmo sempre será a melhor opção. Podemos achar que a vida é injusta e ficamos com raiva de tudo, até de Deus, e temos vontade de desistir... Desistir dos nossos sonhos, dos nossos objetivos e até de nós mesmos. Aí é chegada a hora de se enxergar verdadeiramente, olhar pra dentro e lembrar de quem se é... Não do que dizem que você é (mesmo que só digam coisas lindas sobre você). Só você sabe quem você é de verdade e de tudo que você é capaz. Pode ficar triste, ficar com muita raiva, chorar de verdade, duvidar da sua fé, colocar seu divino em cheque. Depois se acalme, escute a sua respiração e sinta verdadeiramente o seu coração. Não vai passar de uma hora pra outra, mas a tristeza vai tomando outra forma. Tenha calma por mais difícil que esteja. Então, no seu tempo vá se recompondo lentamente. A vida segue... E ainda há tanta vida. Outras frustrações podem surgir, e você estará mais forte com mais uma história pra contar. Vá no seu tempo. Se perdoe. Volte a confiar em si mesmo. Vá com calma mais uma vez e quando estiver forte de novo agradeça a você mesmo por ter superado mais uma decepção. Agora que está firme de novo, levante seus olhos e mire novamente no seu objetivo... Ele está lá, intacto, pois ele pertence somente a você. Você é dono e é digno dele. Ninguém pode tirá-lo de você. Ele já é seu. Olhe fixamente pra ele, olhe pra dentro e perceba o quanto você merece e o quanto é capaz de alcançá-lo. Então caminhe! Comece de novo e recomece mais uma vez! Desculpa mundo, mas não foi dessa vez que você me derrubou! (Francis Helena Cozta)

Bolo

É que ás vezes a gente precisa de tempo. Não é uma questão de dar um tempo, mas sim ser amigo dele, ter paciência, esperar amadurecer, ir em busca da sua melhor versão, se auto conhecer e se perdoar. Vida maravilhosa que nos permite a transformação. Mudar a maneira como nos vemos e como vemos o outro. Encontrar o melhor que existe dentro de si mesmo para assim enxergar o que de mais lindo existe no outro. Ainda bem que existem fases e fases, onde podemos tirar o que de melhor ocorreu em cada uma delas, abrir o coração para se entregar e entrar em contato com suas emoções, sentimentos e pensamentos. O amor é como um bolo, onde a cobertura é o perdão e a cereja é a gratidão. Amar, perdoar e ser grato a si mesmo é o maior desafio da vida e depois disso fica tão fácil amar, perdoar e ser grato ao seu semelhante. E como a mudança é constante, está apenas no começo de tudo que pode vir a se tornar e continuar a transformação. Não tem fim. Estamos juntos nessa jornada de erros e acertos. O percurso quem nos dá é o tempo, doce conselheiro, amigo fiel e verdadeiro. A vida tem dessas coisas maravilhosas... Então abramos os olhos para vê-las, pode acreditar que vale a pena. Vida, como és perfeita! Não ESTÁ tudo bem, É tudo bem... Ainda bem! (Francis Helena Cozta)

28/07/2017

Hoje é um dia para celebrar a vida, o tempo, a arte. Os números nos dizem que o tempo passou... E eu adoro isso... O tempo e os números. Hoje não vou postar uma foto de 20 anos atrás. Quem eu era já se sabe e a vida, de diversas formas, faz questão que eu não me esqueça. E quem sou... Bem, estou em constante mudança e ariano ama/precisa de novidade. Permito e me entrego á mudança, ao amadurecimento, ao novo. Hoje posto uma foto do presente, pois como a própria palavra já diz, hoje é um "presente" da vida. E que paradoxo... Meu passado se faz sempre "presente". Me encho de orgulho ao lembrar da trajetória até aqui. Amando o presente, agradeço por todo o vivido. Momentos eternizados por uma memória que não falha. Lembrar de absolutamente tudo é reviver (sim, viver de novo) os mais diversos sentimentos e sensações. Realizações, alegrias, angústias, saudades, frustrações, medos, superações, carinhos, certezas, felicidades, amor... Muito amor! O tempo passa... Ainda bem, e a certeza do caminho da vida só se firma a cada dia. Dia a dia, passo a passo, de transformação constante e coração repleto. Viva o tempo, viva a arte! Hoje é um dia para agradecer. Ah, quem finalizou esse texto já não é mais a mesma que iniciou. (Francis Helena Cozta)

Bom e Certo

Quando tudo parecer sem saída, lembre-se da sua conexão com Deus. Você é uma partícula do divino onde a fé faz naturalmente parte da sua essência. Não estou falando em religião, em dogmas, doutrinas, regras, nem nada imposto pelo homem. Estou falando de conexão divina, de energia, de luz e amor! Silencie seu coração, olhe pra dentro, se conecte com o seu verdadeiro eu que nada tem a ver com coisas mundanas. Agradeça por tudo que se tem, por tudo que já foi vivido, e peça para que o que for melhor pra vc então chegue. Converse com Deus. Muitas vezes nos sentimos sozinhos, mas jamais estamos. Ele sabe das suas angústias. Você tem o poder de transformar tudo, afinal você é parte Dele. Confie e sinta. A presença do divino é constante, basta silenciar, acalmar, se entregar e receber. Tudo já está bem, tudo é bom e certo, o resto é ilusão. (Francis Helena Cozta)

Advérbio

Não se sabe muito bem o que pensar. Sentir é o mais prudente a fazer. Quem se era, quem se tornou e quem se pode ser. Ainda há tanto. "Ainda"... Advérbio jamais pensado para esse momento. A vida realmente tem dessas coisas, a vida tem realmente tantas coisas indomináveis... Ainda bem. Passado e futuro se misturam numa unidade de tempo que ainda não está fechada. E o tempo entra como protagonista nessa história onde um importante e essencial capítulo começa a ser escrito. Ainda, agora, como, sei lá. É estranho. Só se sabe que viver é isso e tudo vai e flui, se esvai, dilui, se encaixa. É preciso viver isso agora... Ainda. (Francis Helena Cozta)

Vinte

Imagine-se no dia do seu aniversário de 12 anos. Nesse dia você fica sabendo que passou no teste para gravar mais uma novela. Só que essa seria gravada na Argentina. O ano é 1997. Quase não existe internet, celulares e ligações de telefone são caríssimas. Eu sempre soube que seria atriz, essa seria minha terceira novela... E eu quase não fui, mesmo tento sido aprovada. Não queria deixar o ballet e o teatro. Na verdade não sabia o que era essa tal "Chiquititas". Mas estava escrito e minha mãe com toda sua coragem, se mudou para outro país com duas filhas. Chegamos numa noite fria de outono num país desconhecido, sem entender nada do que era falado. Foi difícil, foi duro, e por vezes triste, mas não tão triste quanto voltar e deixar esse mesmo país que se tornou de fato a nossa casa. Dominamos o idioma, vivemos todas as estações, lindas alegrias, experiências compartilhadas e um amadurecimento intenso. Esse país me viu crescer 13 centímetros, aumentar 2 números de sapato, viver o primeiro amor, assistir a coisa mais linda já vista por mim no teatro, ser extremamente criança e ter a responsabilidade de me tornar quase uma mulher. Esse país era nosso universo paralelo, longe da fama, dos holofotes e perto de nós mesmos na nossa mais pura essência. Corta pra 20 anos depois e cá está a mesma menina, de volta ao que sempre fui e sendo agora o que eu sempre tive a certeza que me tornaria. O tempo passa... Ainda bem! E eu só posso agradecer a Deus pelo caminho percorrido! "Volver atras para avanzar. Poner el cuerpo en el intento, sin estratégia, solo de adentro. Hoy es aqui, mañana allá, te reconozco una vez más. Estoy aqui, estás allá. HOY ES EL DÍA PARA EMPEZAR! (Francis Helena Cozta)

terça-feira, 2 de maio de 2017

Trinta e Dois

É que eu não tenho muita paciência. Sou a típica ariana. É que por muitas vezes as coisas me cansam. Gosto do novo. É que eu me apaixono intensamente e me desapaixono com a mesma intensidade. É que eu me lembro de absolutamente tudo, até do que não é mais tão interessante. É que muitas vezes me enxergam ainda como criança. É que eu tenho o riso solto. É que eu preciso do profundo e do verdadeiro. Estar por estar, fazer por fazer é praticamente uma tortura. É que eu sempre fui assim. A coragem de assumir veio com o tempo. É que eu tenho uma grande bagagem pra carregar. E é bem difícil dividi-la para que me ajudem com o peso. É que eu tenho certezas absolutas. Porque dentro delas existe movimento e serenidade ao mesmo tempo. É que o tempo passa. Eu adoro isso. É que eu me desinteresso. Gosto mesmo é de plantar a semente, mas não tenho tempo pra vê-la se tornar árvore, preciso correr para plantar novas sementes. É que o rio da vida tem muitas curvas, afluentes, que eu preciso percorrer. É uma questão de sobrevivência. É que certas coisas são realmente passado. É que certas coisas se tornam rapidamente passado. É que eu não me apego. É que não tenho tempo pra agradar se não for profundamente interessante. É que eu sou liberta. É que eu já (e ainda) tenho 32 anos. (Francis Helena Cozta)

Foi


Particularmente 2016 me ensinou que não é preciso se preocupar, mas sim, se ocupar de fato com a saúde. Um ano mundialmente complicado e particularmente transformador. O ano do TP, da câmera e do teatro também. O ano da dieta, do exercício e da busca da saúde. O ano do reencontro consigo mesmo, com o passado e por isso o vislumbre do futuro. O ano da apresentadora, da Rô, da Verônica e da Bianca. O ano que (na ficção) me tornei mãe, dona de casa, rebelde, séria, falei de tantos produtos e virei uma dona do mundo. O ano de um resgate de quase 20 anos atrás. O ano de encontros mágicos. O ano de lembrar quem se é, e a infinidade do que se pode ser. Juntos, 2015 e 2016 me entregam ao corajoso 2017. Pode vir, caminho em sua direção. Me desejo e te desejo muita, mas muita saúde, segurança, reconhecimento e prosperidade. Vem que vai ser lindo! (Francis Helena Cozta)

Único

O que é bom de verdade não vicia, não cria dependência, não torna escravo, não cega. O que é bom de verdade traz discernimento, sensatez, e até questionamentos. O único lugar que vale a pena voltar sempre, é para dentro de si mesmo. Se só se é feliz frequentando um determinado ambiente, é hora de analisar. Raiva, tristeza, angústia também fazem parte. Quem disse que é preciso ser feliz o tempo todo? Errar também é parte da vida. É hora de ser de verdade. Não há moldes, somos extremamente diferentes, e assim continuaremos. Tem um mundo lindo lá fora que é grande demais para ser parte apenas de uma tribo. Dogmas, doutrinas e receitas de bem viver não existem. Somos frutos de nossas próprias experiências e só um é que sabe do seu próprio vivido. Não se pode querer uma existência simultânea se somos únicos, inteiros e livres. Somos do mundo... Ainda bem. (Francis Helena Cozta)

Sarah

Ás vezes é preciso voltar pro ninho, se reencontrar consigo mesmo, se resgatar, saber quem se é. Ás vezes não sabemos de onde realmente somos, porque na verdade somos de vários lugares, somos do mundo e do amor. Ás vezes é preciso encarar quem se era pra se tornar quem se pode ser. A vida te une a pessoas que também precisam de você em sua jornada. Vidas interligadas. Encontro de almas. Resgate de vidas. Volte pro ninho, reencontre-se, fique ainda mais forte... E voe!

Semente

E o tempo mais uma vez vai dando as caras. Sempre se sabe que há começo, meio e fim. Sempre. É preciso que seja assim. Parece tudo novo, pois é intenso, mas a partitura é conhecida. Existe a vibração do começo, a intensidade vivida no meio e a tristeza necessária do fim. Necessária sim, porque a vibração só vem novamente no outro começo. Fluxo perfeito... Encantar-se e desapegar-se. Pois assim se é. O amar já é eterno, pois a semente já foi plantada. Já está lá, no mais lindo lugar. Então talvez seja a hora do outro novo, do novo começo. Calma, a alma sabe a hora do novo plantio. Ele já vem. Assim, naturalmente sentido, "arianamente" vivido, necessariamente chamado. Faz-se a perfeita função e se vai para que possa florescer, pois se é semente. (Francis Helena Cozta)

Atriz

O caminho muitas vezes é mais importante do que a chegada, o percurso do que o final, o processo do que o resultado. Bom mesmo é saborear cada instante, cada momento. Doce vida louca que nos coloca no lugar devido com as pessoas certas da forma mais poética. Difícil é não amar. Fácil é se apegar. Impossível é não se entregar. Vida efêmera que nos coloca e nos tira de outras vidas de forma tão repentina. Emaranhado de emoções e sensações opostas. Dúvidas e certezas. Como, quando, onde, porque. Não sei e sei de tudo. Não importa. Foi a vida que eu escolhi, foi a vida que me escolheu. Eu sou atriz. (Francis Helena Cozta)

Certo


Já dizia o poeta: -"A escolha certa é a que acalma o coração". Então digo que a escolha certa não é a que permeia o óbvio, ou o previsível, mas aquela que te aproxima mais do que você mesmo é. É aquela que transforma você em você mesmo. A escolha certa é extremamente particular, por vezes racional, por vezes intuitiva, mas realizada por aquilo que o faz vibrar naquele determinado momento, e este está ligado muitas vezes a personalidade, ao caráter, ou simplesmente a busca individual de algo. No fim das contas o que importa é a sensação de completude. É o que eu posso me oferecer hoje! E assim foi feita mais uma escolha!" (Francis Helena Cozta) 🎭