quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sentido

Não sei de mais nada. 
Quanto mais penso menos sei. 
O tempo é algo tão complicado de compreender. 
Difícil encontrar respostas de perguntas nem tão elaboradas. 
Arte pulsante em uma vida esperançosa com a carga de mulher mas o fundo do olhar e o abrir do sorriso de menina. 
Existe tanto ainda. 
Como o querer pela total compreensão do ser, seria perfeito, mas torna-se impossível. 
Visceral característica feminina latente confusa repleta de vivência mas a presença da certeza de algo que ainda não se entende o que é. Há tanto aqui que transborda não sei o que. 
Já não sei mais. Só é preciso querer... Haja querer. 
E assim se vai, se quer e se vive. Que loucura. Continuo sem saber. Rio pra não chorar. Terrível Rio. 
Ânsia pela cor cinza. Já não sei novamente. Mas voltar me instiga e passa. Não importa. 
Na verdade alguns detalhes não importam. Existem outros detalhes que são maiores. 
Mente turbulenta. 
Como não se pode ser marionete, o que ser então?! 
Já não sei novamente. E quer saber?! Ainda bem. 
Assim se é. 
Parece complicado mas não é. Na verdade acho que é sim... O que importa... É hora de sentir. ( Francis Helena)

Amarras



Já não faz mais parte de você.
O seu querer é tão grande, que agora já não é mais seu.
Pois sim, seu próprio universo está ficando pequeno, limitado.
Não existe retorno e não há saída. Ainda bem. Não lhe pertence, já é do mundo. Existe agora a obrigação de vencer. Já está na hora. É a hora perfeita. Quem mandou querer, quem mandou poder?! O dia vem. Você já não estava preparada?! Sempre esteve, ou não. Sim, se já lhe pertence e sempre foi seu, você já está pronta.
Medo não é ausência de coragem. Talvez no momento seja o excesso de prudência que agora já não necessita. Abra os olhos, sinta a felicidade batendo à sua porta e seja forte para abrí-la. Chegou o momento de esquecer de suas amarras. Faça de conta que nunca estiveram ali. Você não precisa mais delas. Na verdade, nunca precisou. Cabecinha dura. Chegou o além, não existe porém. Escrito, entregue. Você não tem mais controle, entenda, já não lhe pertence. Perceba doce criança. Seu querer é do mundo. Amarras? Não sei o que são! (Francis Helena)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Um

Um dia, uma semana, um mês, um ano.
Uma certeza, uma falta, uma impaciência, uma preguiça, uma busca, um cansaço.
Uma vontade, uma procura, uma desorganização, um desespero.
Uma oportunidade, uma preocupação, um medo. 
Uma escolha, um nervoso, uma fraqueza.
Uma dedicação, uma confusão, uma complicação.
Uma injeção, uma alegria, uma esperança, uma chance, uma vida.
Um vai, um vem, um volta, um começa, um recomeça, um retorna, um despersa.
Um ano, um mês, uma semana, um dia. (Francis Helena)

Mar

Me permita voar. 
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos. 

Não vivo de promessas. 
Me acerco querendo e me disperso por assim se dizer da mesma forma. 
Pé ante pé no ladrilho gelado. Pensamento pós pensamento no feixe quente de luz amarela. 
Não me prenda. 
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos. 
Doce alma livre de qualquer amarra. 
Me prendo onde quero, porque quero e pra que quero e por vezes só ali, na verdade só ali. 
Te liberto, te desgarro por mim mesma. Mesma alma do meu sempre. Tanto espaço preenchido da certeza. Um complemento tão intenso que o além não me falta, me desgasta. 
Me liberte. 
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos. 
Descubro a cada manhã meu amor pela liberdade me dada e a fonte do que me cativa. 
Respiro, alívio, vento. 
A total identificação com o mar tem um porque. Tantos porques! Pra que? Se o que me infla é viver e ás vezes não conviver. Não existe convívio com meu próprio pesar. Desisto quando me ponho o auto cárcere. 
Não me prenda então. Já sou presa ao que me sopra na direção do vento. A maior prova de amor já sentida. Não dependa de mim. 
Me deixe. 
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos. (Francis Helena)

Bandeja

Artistas são taxados. Artistas são julgados pela família, pela sociedade, por psicólogos, pelos próprios. Não existe compreensão para esse ser tão rico de sentimentos, e nem poderia. Não há o que ser compreendido, ajudado ou analisado. Artistas necessitam alimentar a arte e dela serem alimentados. Busca constante e eterna. Ser em mutação, teimoso por seu querer por vezes incompreensível até por ele mesmo. Existe apenas sentimento. E tudo que o chega de fora, não é nada perante tamanha vontade e certeza de dentro. Aparentemente complexo, mas altamente apaixonante. Ser intenso e repleto de sensações a serem compartilhadas. Compartilha o que transborda, mas o necessário de fato é sentir. Ser visto sim, mas ser sentido não há comparação. Doce vida louca, pois loucos somos todos e para o artista essa loucura já lhe é taxada, então que assim seja, não importa. Loucos sãos. Sanidade na vida de "nãos" lhe ditos em um ano mais do que qualquer outro receberia em uma vida. E novamente testados... E julgados. Artistas são compreendidos apenas por aqueles que não necessitam compreendê-los e sim amá-los ou por outras almas repletas tão incompreendidas quanto. Não existe tormento algum. A bandeja de sensações lhe é servida. Basta saborear! (Francis Helena)