Me permita voar.
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos.
Não vivo de promessas.
Me acerco querendo e me disperso por assim se dizer da mesma forma.
Pé ante pé no ladrilho gelado. Pensamento pós pensamento no feixe quente de luz amarela.
Não me prenda.
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos.
Doce alma livre de qualquer amarra.
Me prendo onde quero, porque quero e pra que quero e por vezes só ali, na verdade só ali.
Te liberto, te desgarro por mim mesma. Mesma alma do meu sempre. Tanto espaço preenchido da certeza. Um complemento tão intenso que o além não me falta, me desgasta.
Me liberte.
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos.
Descubro a cada manhã meu amor pela liberdade me dada e a fonte do que me cativa.
Respiro, alívio, vento.
A total identificação com o mar tem um porque. Tantos porques! Pra que? Se o que me infla é viver e ás vezes não conviver. Não existe convívio com meu próprio pesar. Desisto quando me ponho o auto cárcere.
Não me prenda então. Já sou presa ao que me sopra na direção do vento. A maior prova de amor já sentida. Não dependa de mim.
Me deixe.
Eu tenho os cabelos naturalmente compridos. (Francis Helena)
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