terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Anything Can Happen


Você sabe que algo se tornou especial quando um pedacinho daquilo se torna a sua oração. A cada obra, personagem e equipe que eu trabalho, algo se transforma dentro de mim. Não é à toa que sempre a atual personagem se torna a minha preferida. Parece que as “minhas meninas” (as personagens) chegam no momento devido... Sempre! É a personagem que encontra o ator e não o contrário. Minha vida é um eterno caminhar efêmero. Assim como a natureza com as suas estações e a Lua com as suas fases, a minha vida é um constante abrir e fechar de ciclos. Muitas vezes em um único dia intenso de trabalho, eu faço “amizades de infância”, entrego meu coração, abro a minha vida e nunca mais vejo aquelas pessoas. As histórias mais incríveis e as trocas de experiências mais fantásticas que tive, às vezes duraram “apenas” algumas horas. Além da escolha da profissão, ser artista é uma escolha de vida, pois tudo é impactado por causa dessa escolha. Eu escolho o risco e a instabilidade todos os dias. Mas o que é a vida, se não exatamente isso? Talvez tenha sido somente esse ano que “aceitei” minha condição no mundo e que de fato entendi que toda escolha tem muitas renúncias. E que de alguma forma ao ganhar uma coisa, se perde muitas outras. A vida é assim mesmo. As perdas sempre estarão aí. E não é sobre escolher o que você quer ganhar, e sim sobre o que você está disposto a perder. Quando se entende isso, a dor se vai e assumir sua escolha é a opção mais racional e sensata. Eu nunca sei o que vai acontecer e ainda bem, porque tudo pode acontecer... Se você deixar! (Francis Helena Cozta) ☂️
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Foto: Bruno Cayses 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Até o fim

Mesmo que pareça ser a mesma coisa, é sempre diferente. Existe um padrão na repetição, mas mesmo assim é sempre diferente. Talvez não doa como antes porque a maturidade vem trazendo outras sensações. E não é pelo fato de já ter se acostumado. Impossível acostumar-se com certas coisas como vontade (quando é genuína e vem do coração) ou com desilusão. Impossível acostuma-se com o que faz seu coração de fato vibrar. Mas já não existe mais a sensação de desespero ou revolta, mas sim de pena. Poxa, que pena.  Até quando será possível? Até o fim, porque a certeza é sempre maior que tudo! As consequências e as renúncias resultantes da escolha são muitas e bem desgastantes. E mesmo que os picos de extrema felicidade sejam escassos (ainda) e todavia sejam a exceção (e não a regra), ainda assim vale a pena. Mesmo que eu não queira, eu tenho certeza. (Francis Helena Cozta)

Não

Faísca não é chama.
Gota não é mar.
Brisa não é ventania.
Trave não é rede.
Passo não é corrida.
Degrau não é escada.
Provar não é se alimentar.
Possiblidade não é concretização.
Contentamento não é felicidade.
“Quase” não é “sim”.
(Francis Helena Cozta)

terça-feira, 12 de novembro de 2019

“Pera aí”


Hoje é dia 4 de novembro de um tal 2019... O ano que me obrigou a visitar e escarafunchar todas as áreas da minha vida. Péra aí! Foi o ano ou fui eu? São 3 da manhã e uma insônia me acomete. Não por ter comido carboidrato antes de dormir. Pera aí de novo. Eu comi sim. Voltando... A insônia desse momento, além da culpa dada ao carboidrato (talvez), tem a ver com um turbilhão de pensamentos sobre tantas coisas que aprendi nos últimos dias/meses. O caminho para o autoconhecimento é muito louco. Ás vezes é muito difícil, mas forçar para enxergar tudo a olho nu tendo astigmatismo ou acostumar-se com a vista sempre embasada e achar que  essa é a única possibilidade de ver, pode ser mais difícil ainda. O desfoque já não é mais um opção. Porque quanto mais o tempo passa, aquela merda enfiada embaixo do tapete fica mais fedida. É preciso limpar a merda, não importa o quão desgastante seja, é preciso ter contato com ela de alguma forma. Eu (com metáforas ou não) tô é bem afim de jogar o tapete fora, botar o óculos na cara e enxergar tudo na sua mais precisa nitidez. (Francis Helena Cozta)
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Foto via Pinterest

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Vertical

Eu escolho ser feliz todos os dias e por isso faço tudo o que eu posso com tudo o que eu tenho. Tiro proveito de cada passo e pequena conquista. Por vezes acho que assim então está tão bom. Ah, que bom, tá tudo bem. Que distração! O que me faz arrebatadoramente feliz não tem substituição. A gente se engana achando que ser feliz já é bom, talvez porque “tenhamos” que nos encaixar no dia a dia comum e por vezes nos compararmos, mesmo que sem querer, com quem aceita a felicidade rasa e vive bem assim por escolha, falta de clareza ou por simplesmente não saber o que o faz arrebatadoramente feliz. A busca pelo arrebatadoramente feliz é árdua e por isso acabamos nos confundindo. Se é tão desgastante ir atrás de algo, como é que esse algo pode realmente me fazer bem? Parece estranho. Mas aí é que está! Algumas coisas são tão especiais, que seria impossível achá-las na superficialidade, mesmo que tentemos nos convencer do contrário. Não dá pra se contentar em ser feliz e ponto. Eu sei qual é o meu lugar no mundo, mesmo que eu tente me enquadrar em outros tantos lugares. Custa sim, custa muito seguir o caminho que você sabe que precisa seguir. Talvez porque quanto mais se cava, mais profundo se chega. Quão mais alta e dificultosa for a subida da montanha, mais linda será a vista. Mesmo que eu me distraia e tente “esquecer de lembrar”, eu sei. É vertical. O que te faz arrebatadoramente feliz não tem substituição. (Francis Helena Cozta)

domingo, 20 de outubro de 2019

Lá(qui)

Lá o tempo passa de maneira diferente.
Lá as pessoas não precisam de heróis (elas nem sabem o que é isso).
Lá o amor pelos animais, a conexão com a natureza e a preservação do meio ambiente são de verdade.
Lá não existe tribo, raça, gênero ou qualquer outra denominação para a rotulação ou segregação.
Lá as pessoas pedem permissão antes de falar, perguntar, escrever e opinar sobre a vida de alguém (principalmente se não a conhecem).
Lá as pessoas perdoam as outras porque aprendem a se “auto perdoar”, respeitam as outras porque aprendem a se “auto respeitar”, amam as outras porque aprendem a se “auto amar”.
Lá não se julga o outro, pois não se julga a si mesmo, se aceita.
Lá a prioridade é o autoconhecimento. 
Lá pode parecer utópico, eu sei.
Lá foi de onde eu vim e é pra lá que tento sempre voltar. Aqui. (Francis Helena Cozta)
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Na imagem estou na mostra “O absurdo e a Graça” de @flavia_junqueira_ na @zippergaleria

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Trajeto

Que em cada nova oportunidade vivida, um novo aprendizado venha. Obrigada universo! A transformação se torna inevitável quando o encontro consigo é verdadeiro. Transparente! Novos ares... Assim já era esperado e necessário. O que importa toma o real valor e o descartável cumpre seu significado. Simples assim. O que não tem profundidade ou apenas relevância, já não faz mais sentido. Trajeto! Em busca da melhor versão, filtrando agora a distração. De nada é confortável a tal zona de conforto... Confronto então... Com o óbvio, o imposto, o socialmente aceito, o vulgar ou até popularesco, porque disso já não se satisfaz. Se viajar o Brasil com uma bicicleta (mesmo que no sentido figurado) é uma linda opção, que venham muitos “seus Tiãos” a partir de agora para confirmar que a vida vale a pena! E ela vale! (Francis Helena Cozta)

Sobre Admiração

Não, não precisa estar tudo bem o tempo todo. Porque às vezes realmente não fica tudo bem, e tá tudo bem com isso também. Não, você não precisa concordar mais com discursos que antes faziam sentido, mas agora não fazem mais. Não precisa agradar todo mundo nem ser sorriso toda hora, mesmo que seja um traço de personalidade ser assim. Alguns contratos firmados consigo mesmo podem ser rasgados. Algumas regras impostas por si próprio devem ser quebradas. Aonde não se pode sentir, não tem sentido ficar, pois quando a admiração não se faz mais presente, o respeito passa a ser escasso. Porque muitas vezes, mais importante do que amar, é admirar! (Francis Helena Cozta)

Amarelo

Como pode uma imagem ser fria e quente ao mesmo tempo? E uma vida? Só sei que de morno nada tem. Tanta gente querendo viver, tanta gente tentando sobreviver e tanta gente querendo desaparecer.
Tá difícil pra mim, tá difícil pra você, nas notícias só vemos homicídio, mas a palavra que dá mesmo medo de dizer é “suicídio”. Se o setembro é amarelo, em que canto o elo se escondeu? Aonde amar é desafio, talvez realmente estejamos por um fio.
Amar elo, amar Elo, amarelo... Da cor do Sol que anda tão escondido. Como então passar ileso por outubro para encontrar o “doce novembro”? Em tempos (sombrios) de vislumbres de crescimento econômico, branding (im)pessoal, influenciadores, seguidores, gestão de marcas, estudo de imagem e um milhão de estrategistas e especialistas enfiando nossa goela abaixo como ser, agir, se posicionar e até pensar, onde se encaixa setembro e seu esplendoroso amarelar? É que às vezes eu também me perco e não sei como te ajudar. Talvez porque eu não seja estrategista, sou apenas um mero artista. (Francis Helena Cozta) 🌼
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#setembroamarelo

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Transição

A gente sabe. A gente sente quando algo está chegando ao fim, quando está minando, se esvaindo e naturalmente se desviando. A gente sente quando a hora da despedida está próxima; Dizer adeus não pode ser tão doloroso quanto dizem, pois quando algo termina, um algo novo começa. Doces (re)começos sempre bem-vindos. A transição é estranha, pode assustar e gerar mais ansiedade, mas é preciso passar por ela. Algumas vezes é tão inevitável que até fisicamente a transição faz seu papel de limpeza e desintoxicação (mais uma vez). Mesmo que ainda esteja um pouco confuso, nebuloso, sem a total compreensão ou domínio de tudo. Não é uma questão de acreditar, é sentir. Porque a gente sabe... De alguma forma a gente sente e sabe. (Francis Helena Cozta)

Prece

Que eu possa te olhar nos olhos sempre que nos falarmos e até quando não tenhamos nada a dizer. Que eu possa admirar seu trabalho, seu esforço, seu sacrifício, sua luta, me identificar com tudo isso e vibrar com a tua glória. Que eu possa te ver crescer, mudar, amadurecer, e acabar sorrindo “sem querer” por causa disso. Que eu possa toda vez que te encontrar, mesmo que por acaso, me lembrar do que vivemos e dos melhores momentos que já pudemos passar juntos. Que eu possa ter sempre o coração aberto para ver o que de mais lindo você está fazendo agora. Que eu possa ser o sorriso que você precisava hoje ou o olhar brilhante que ainda te faz acreditar que é possível. Que eu possa ter a palavra certa pra te fazer ver o que de melhor existe em você. Que eu possa deixar a marquinha da esperança em você, mesmo que minha presença na sua vida seja passageira. Que eu possa reconhecer que você é incrível e me sentir privilegiada por nossos caminhos terem se cruzado mesmo que só por um instante. Que eu saiba ser generosa. Que eu saiba admirar. Que eu saiba reconhecer seus talentos. Que eu me desprenda de qualquer armadura para que a tua luz possa chegar até mim. Que a inveja, a arrogância, a frustração, a insegurança passem bem longe para que eu não me cegue e possa te enxergar verdadeiramente. Que a competição seja uma palavra inexistente, para que assim nossas forças sejam somadas. Que a crítica seja trocada pela admiração. Que a sensibilidade esteja absolutamente sempre aqui. Que meu coração vibre quando eu sentir que o teu está recheado. Que eu me deixe tocar, me envolver, sentir e transbordar o que a tua arte ocasiona em mim. Que você seja inspiração. Que a vergonha jamais me alcance para que eu possa chorar copiosamente quando a tua mensagem me tocar. Que o meu discurso seja sempre compatível com as minhas ações e coerente com a minha função. Que as distrações do mundo não me desfoquem e que o limbo no ar formado pela soberba se dissolva quando respirarmos juntos. Que eu esteja de peito aberto, pois o que reconheço em ti, fortaleço em mim! (Francis Helena Cozta) P.s: Para todos os meus amigos artistas que já me fizeram chorar de alegria.

Chaves e Gotas

Tem dias que mais se parecem com chaves. Sim, chaves mesmo, daquelas que abrem fechaduras e cadeados. Tem dias que se parecem com gotas. Mais precisamente com a gota que faltava para transbordar o copo e perceber que agora dá pra encher uma garrafa. Alguns dias chegam para acordar, recordar, revisitar e compreender. Dias firmes e certeiros para o total entendimento e percepção de tudo o que é distração, e por isso, totalmente irrelevante. O olhar agora se fixa no exato presente e a busca se dirige unicamente para o encontro de ser o mais parecido com o que realmente se é. Desafiar-se então a jamais desviar ou comparar, pois se assim o fizesse, não haveria sentido. Reconhecer-se, conhecer de novo, conhecer o novo. Estar o mais próximo possível de si. Agora. (Francis Helena Cozta)

Quase


quase
advérbio
1. a pouca distância; próximo, perto.
2. com ligeira diferença para menos.
3. pouco mais ou menos; quando muito; aproximadamente.
4. um tanto.
5. por um triz, por pouco que não.
Para mim...
Quase: o que para quem está de fora não faz diferença alguma. O que poderia ter mudado tudo. O plano adiado. Onde o “sim” poderia ter se adiantado. A fagulha da esperança. A porta entreaberta. A fechadura destrancada. A ambiguidade entre o respiro e a desilusão. O controle (ou aceleramento) da ansiedade. O momento em que o “não” apenas tirou um cochilo. O vislumbre da possibilidade. O impulsionador da busca. Uma constante (mas não acostumada) sensação. O que não permite a possibilidade da desistência. (Francis Helena Cozta)

Privacidade

"Ninguém percebeu que a perda do sentido da vergonha significa a perda da privacidade; E a perda da privacidade significa a perda da intimidade; E que a perda desta última significa a morte da profundidade. Com efeito, não existe maneira mais eficiente de produzir pessoas mais rasas e superficiais do que as deixar viver vidas completamente expostas, sem a ocultação de nada." (Theodore Dalrymple)
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👆🏻Sobre eu não gostar de dar entrevistas, sobre jamais participar de um reality show que mostra a intimidade, sobre não ter um canal no YouTube que mostra a vida pessoal, sobre ter “escondido” meu primeiro relacionamento por estarmos muito expostos naquele momento, sobre escrever meus textos de maneira metafórica e muitas vezes em terceira pessoa, sobre nunca ter me considerado uma pessoa pública, sobre abrir a porta da minha casa para pouquíssimas pessoas, sobre escolher uma profissão onde conto histórias de outras vidas, não da minha própria.

Fagulha

Eu prometo fazer algo por mim e acabo por fazer “outro” algo diferente. O que parece proibição acaba em sufocamento. Eu me decepciono com as pessoas, mas já devo tê-las decepcionado tantas vezes sem me dar conta do que fiz... Ou do que deixei de fazer. Me emociono com a mãe separada que sofre ao ter que deixar os filhos com o pai ausente. Talvez porque eu senti isso na pele. Me desprendo do egoísmo para pedir ajuda, não por algo para mim (porque ainda não superei o orgulho de “pedir” algo que seja para mim), mas para alguém que só quer terminar os estudos. Talvez porque eu lembre o quanto foi desgastante financeiramente (e emocionalmente) a época em que fiz faculdade. Chamo as pessoas para verem um trabalho feito com muito primor, onde sei que a pessoa sairá transformada com a mensagem dita, e não tenho sequer uma resposta sincera de: -“Não, não me interessa ir.” Vivemos no mundo das mensagens visualizadas, mas nunca respondidas. Do receio de dizer a verdade, onde isso pouparia tempo e esforço. Do medo de dizer “preciso de você”, ou “pára, por favor”. Da nostalgia, onde tudo que é do passado é bem bacana e dá audiência, mas o que é do agora, soa pouco interessante... Talvez porque para ver o novo você tenha que se desprender dessa ideia de que o passado foi perfeito e se abrir para novas (e melhores) experiências. No final das contas, só nos envolvemos com o que nos é conveniente e nos trará alguma vantagem (no lado da razão), ou com o que nos identificamos de fato, por já termos sentido no nosso próprio corpo e ter doído muito (no lado da emoção). Hoje é um dia de Sol, reflexão, ansiedade e foco na fagulha da esperança pelo que me faz suspirar. E quando eu vi... Já fiz... Leveza. (Francis Helena Cozta)

Transparente

É que eu sou poeta. É que eu me emociono com uma pequena fagulha de esperança. É que eu amo tanto certas coisas que meu coração às vezes quase explode. É que eu me exponho e me exponho. É que eu penso em fazer diferente, mas minha receita da intuição me grita que assim já está certo e que é tudo bem. É que eu penso que não sei, mas é só porque eu me distraio, pois na verdade eu tenho certeza. É que eu tenho muita vontade e coragem também. É que eu confio. É que mesmo quando eu estou em dúvida, eu continuo tendo certeza. É que o tempo passa e as coisas vão ficando melhores. É que os novos desafios já não doem como os de antes. É que alguns objetivos continuam firmes. É que eu aprendo todos dias, mesmo achando que desperdicei muitos deles. É que a essência permanece intacta, mesmo eu achando que ela se desvirtuou pelo caminho. É que está tudo certo com o caminho. É que eu não me esqueço de lembrar. É que essa imagem do ontem com essa mensagem do hoje é um combo para a Fran do amanhã. Só continua... Continua... Viu como deu certo? Eu já sabia e você também. Parabéns por ter chegando até aqui e ter concretizado. Deu certo! Só te digo uma coisa... Ainda há tanto... Ufa! Obrigada e ainda bem! (Francis Helena Cozta)

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Especialista


É que tá tudo “meio coisado”, sabe? Acho que talvez você consiga me entender. Tem um troço bem doido no tal do negócio de seguir as regras. É que quando você tem a consciência de tudo e parece ter o domínio de todos os atos, você começa a enlouquecer, sendo que quando você não tinha domínio de porra nenhuma e cometia de fato as maiores loucuras, era aí que você encontrava o equilíbrio! Parece incoerente, né? Parece, mas não é não! Hoje, com tantas receitas de bem viver, especialistas em tantas (todas) áreas da vida que te dizem exatamente como é que é certo, o correto, o prudente, o garantido e como você deve agir, se controlar e pensar para ser bem sucedido, bem visto, bem colocado, bem informado, bem inteligente, bem rico, bem estabelecido, bem, bem, bem, que por vezes você se torna bem louco! Mas não aquele louco que teve coragem e fez um monte de “merda”, que meteu os pés pelas mãos, que fez e aconteceu sem ter condição, preparo, assistência, consciência, mas que realmente fez... E foi esse louco que te levou a ser quem você é hoje com esse bando de histórias lindas pra contar, com uma bagagem foda que só você carrega, com esse brilho no olhar único que só você tem... Se não fosse a sua loucura, você não seria você! Receitas de especialistas, por vezes te tiram do caminho da sua própria receita de vida, que é só sua, e que na verdade foi a que sempre deu certo! Entre enlouquecer por estar consciente demais, e não ter consciência porque se é corajosamente louco... Eu acho que prefiro a insensatez de viver movida a paixão! Me desculpem, especialistas, mas a minha receita eu já tenho então! (Francis Helena Cozta) 🕊
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#tbt de uma pessoa sem consciência e muito corajosa à beira de fazer 30 anos de idade em 2015 na praia de Miami. E aquele foi um dos anos mais impulsivos, loucos, realizadores e felizes da minha vida! 👊🏻
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Foto do amor da minha vida, louco, inconsequente e feliz Leandro Faria dos Santos

(Não) Aceita

Segura. Assenta. Acalma. Diminui. Tranquiliza. Minimiza... A expectativa, a necessidade, o ímpeto, a
impulsividade, o tom, a urgência, o exagero, o pensamento, a fala, a ação. É que não precisa. Fica mais simples. Aceita a condição. As coisas assim são. Muita chama acaba em cinzas. O comum faz parte. O óbvio é aceito. O normal é... Normal mesmo. Assim talvez seja mais fácil. Muita luminosidade acaba em ofuscamento. Desacelera. Aceita. Normaliza. Cumpre. Interessante experimento racional. Enxergar de uma outra maneira. Apaga a luz. Assopra a vela. (Francis Helena Cozta)

Disposta

É que eu não estou aqui de passagem. Meu coração pulsa na vibração da minha paixão pela vida. Eu vou além e experimento todos os sentimentos que possam existir. Me jogo, me atiro e amo! Caminho na corda bamba olhando pra frente. Me orgulho de cada novo passo. Adoro elogiar os outros e arrancar sorrisos, sou uma pessoa de elogios sempre, absolutamente sempre. Incentivo cada um que passa pelo meu dia. Admiro o trabalho e o esforço do próximo. Sorrio quase 24 horas por dia, mesmo quando algo dói muito e choro de alegria. Quando não sei, digo que não sei e procuro abrir a mente pra tentar entender. Tento, tento e tento. Erro e peço desculpas. Me arrependo. Sinto muita raiva. Meto os pés pelas mãos... Ou não! Aprendo algo novo todo dia. Me entrego de corpo, coração e alma. Não me coloco numa posição superior por achar que sei mais, me disponho como líder motivada pela paixão. O momento que mais aprendo é quando ensino. Entendi que ninguém me deve nada, mas eu devo muitas coisas! Choro de novo, mas dessa vez é porque a gratidão é que transborda. O tempo é bom e tudo passa. E mesmo após tudo isso, de nada sei... Ainda bem, pois assim continuo entregue a paixão, ao tesão, a fé, a vontade, ao querer; Disposta à vulnerabilidade de estar viva! (Francis Helena Cozta)

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Elas

A sensação sobe pelas pernas até chegar a nuca. É possível sentir os pêlos dos braços roçarem na manga da blusa de tão arrepiados. Um suspiro longo seguido de uma expiração pela boca, que contém um som de prazer, é algo naturalmente orgânico. O levantar de uma única sobrancelha combina com o sorriso de canto dos lábios, que por sua vez estão mais rubros do que de costume. Há frio na barriga e borboletas no estômago também. Sinto-me inatingível, segura, salva e conscientemente vulnerável. A culpa é inteiramente delas. Entram na minha vida, pedem licença, mas não permissão. Ocupam grande parte dos meus dias e ainda mais dos meus pensamentos. Elas, que chegam, me reviram do avesso, me transformam e se vão sem dizer adeus. Elas... Que me mostram novos caminhos, maneiras diferentes de falar, de andar, de agir, de pensar... De sentir. Elas... O motivo da minha paixão, do meu desejo, do meu tesão. Por elas me dispo de mim mesma com a total consciência de quem sou e de quem posso ser agora com elas em mim. Racionalmente calculada a entrega executada com todo amor que eu possa oferecer, porque elas também são/sou eu. (Francis Helena Cozta) .

sábado, 11 de maio de 2019

Chocho

A linearidade é quase impossível. Na verdade, nem é saudável. É que às vezes as coisas soam como chochas e assim parecem não reluzir o que de mais lindo se tem. É preciso aceitar e compreender momentos e momentos. No processo, a irregularidade é normal e até necessária. Um gráfico com altos, baixos e distintos sentimentos. O que arde, intensifica, vibra, nem sempre é possível, se fosse seria extremamente desgastante talvez. É desafiante estar morno para quem precisa de chama. Amadurecimento e escolha. Está tudo bem e novos começos vêm. (Francis Helena Cozta)

Sapato

É que às vezes as escolhas não são tão óbvias ou tão nítidas como parecem. Sabe aquele sapato? É... Aquele mesmo... Que você economizou durante um tempão para poder comprá-lo, que combina com absolutamente todas as suas roupas, que as pessoas sempre comentam dele quando você usa, que é um modelo único e exclusivo, pois é... Mas ele te machuca tanto, te causa tantas bolhas quando você usa. Às vezes você até tenta esquecer dos machucados e quando olha pra ele todo lindão na sapateira, pensa que da próxima vez que você usar talvez não te machuque tanto, porque você está se acostumando, ou talvez ele possa lacear um pouco, ou até mesmo daria pra usar um esparadrapo, mas mesmo assim ele te incomoda. E assim ele vai ficando lá e você vai ficando triste porque ele é tão perfeito perto dos outros que estão na sapateira, mas você sempre opta por usar o que está do lado dele, mesmo não sendo tão lindo, tão caro, tão vistoso, mas ele é tão confortável que às vezes você até esquece que tem algo nos pés... Ele é tão orgânico e tão adaptável a você. Poxa, mas o que fazer? Deixo essa perfeição de enfeite na sapateira? Mas toda vez que olho pra ele, me causa dor, afinal não consigo usá-lo. Será que jogo fora? Mas ele foi tão caro! Será que dou pra alguém? Mas vou dar um presente usado que pode machucar outra pessoa? De que adianta tê-lo se ele só fica guardado e quando olho pra ele não me vem algo bom na mente, porque mesmo sendo lindo, só me causa dor, até admira-lo começou a causar dor. Muita vezes as coisas, as pessoas, os trabalhos ou as situações são tão “perfeitas” e ao mesmo tempo machucam tanto. A escolha é unicamente nossa! O que faremos com esse sapato? Por muitas vezes se tornarem antagônicas, entre justiça e libertação, a minha escolha é óbvia. (Francis Helena Cozta)

quinta-feira, 4 de abril de 2019

34

Eu tinha planejado tirar uma foto com velinhas brilhantes. Trouxe até o isqueiro na bolsa junto com as velhinhas pra foto sair exatamente como eu tinha pensado. É que sou assim... Uma pessoa que planeja tudo nos mínimos detalhes, que nunca esquece de nada e que não aceita nada menos do que a perfeição. Mas também sou a pessoa que se surpreende com o inesperado, mesmo achando que ele jamais será melhor do que o meu planejado... Mas ás vezes ele é. Então essa é a foto oficial do meu aniversário de 34 anos. Eu sou essa mulher descabelada que está sempre com os olhos semi abertos por causa dos 2,75 graus de astigmatismo, sentada porque estou sempre cansada mesmo sendo uma das pessoas mais agitadas que eu conheço, de dedos tortos por causa do ballet e da própria anatomia também, que muda muito a maneira de pensar sobre diversos aspectos a cada ano, com um sorriso de fé e de gratidão. Hoje eu sou inteira gratidão! Completo 34 anos de vida após ter passado recentemente por um dos momentos mais difíceis da minha vida até aqui... Mas com a certeza de que ele passaria... Ah, essa também sou eu: a que tem certeza que tudo passa. Hoje sou mais feliz do que no niver de 33, 32, 31, 24, 14 anos. O amadurecimento nos trás felicidade e a sabedoria de que podemos ser cada vez mais a melhor versão de nós mesmos. Eu amo ser adulta. Eu amo ficar mais velha! Eu amo fazer aniversário. E hoje? Hoje é dia de agradecer por absolutamente tudo! Ah, e ainda terá a foto com a velinha! 🎉

Secreto

Somos tudo farinha do mesmo saco, precisamos um do outro, sentimos medo, tristeza e dor, alegria, vontade e amor. Não tem sentido acharmos que somos melhores por isso ou por aquilo, estamos todos na busca de algo, mesmo que a busca seja por ter o que buscar. Queremos nos sentir importantes, aceitos. Falhamos, e muito. Julgamos e rotulamos, mesmo que não queiramos que façam isso conosco. Nos comparamos, nos projetamos, nos esquecemos, nos enquadramos, mesmo não tendo sentido mais uma vez. E só o tempo é responsável por revelar aos poucos quem somos a nós mesmos. Amadurecer é algo intimamente secreto. (Francis Helena Cozta)

Instável

Hoje eu começo minha crônica sem saber ao certo como começar (talvez eu sempre faça exatamente isso). Hoje eu queria dizer tanta coisa e ao mesmo tempo nem estar escrevendo nesse exato momento. Hoje tantos pensamentos me vieram e tantas sensações opostas foram sentidas. Nada de 8 ou 80, pois isso já não existe por aqui, mas 8, 16, 32, 12, 24 e assim desordenadamente aleatório. Paro agora e penso: - “Caramba, estou escrevendo em primeira pessoa”. (Em geral eu escrevo em terceira). Talvez seja porque está tão complicado dizer (ou entender mesmo) tudo que se passa aqui, que a escrita esteja mais próxima de mim mesma. E esse é o desafio... Estar próximo de si, da sua essência, do seu eu profundo que talvez ainda não se tenha encontrado... Ou se encontrou, mas se perdeu no caminho, ou até mesmo está tão mudado que soa estranho. Na verdade, acho que está em mutação. Tudo nebuloso, frenético, confuso e instável. Já não se sabe ao certo dos reais quereres. E de quem se é, talvez seja a hora de começar a saber. E volto eu a escrever em terceira pessoa. (Francis Helena Cozta)

Diferente

É porque talvez os sonhos já não sejam mais os mesmos de antes. Que estranhamento! E não há tristeza alguma nisso. Na verdade o que existe é um agora tão mais palpavelmente feliz onde se percebe o todo conquistado e sentir-se tranquilamente realizado é tão mais prudente. Talvez aqueles sonhos nunca fossem de fato genuínos, porque onde paira a dúvida, o medo, a incerteza, não parece ser algo realmente interno... Ou simplesmente tudo muda, se adapta, se adequa, amadurece e se encaixa. A tão amada euforia toma outra forma. A tão necessária paixão ganha outra visão. Tão sutil, mas tão certo e leve. Com o ano que ficou pra trás, também ficaram as fotos antigas, o corte de cabelo que não se gostava, os dois mil e cem litros de “não alegrias”, as roupas compradas por obrigação, as histórias das quais não se faz mais parte, e os velhos sonhos... Porque talvez esteja na hora de começar a ter novos sonhos... Que combinem mais com quem se é agora... Que supram as necessidades de uma nova consciência que começa a existir de uma maneira tão natural que gera até um certo espanto. É um processo de entendimento, pois ainda não está muito claro, mas com certeza está menos custoso, menos impositor, sem a auto cobrança desenfreada e desgastante. Não há desistência, pois isso não combina com a personalidade. O que existe mesmo é mudança, fluência... Tudo está tão diferente. (Francis Helena Cozta)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

OK

O pesadelo da noite anterior se dá com questões teoricamente resolvidas há quase dez anos. Antigas pessoas e velhos sentimentos vêm a tona. Algo como rejeição, imposição, medo, impossibilidade. Ok. Acorda-se. O agora é permeado pela busca mental do esquecimento da expectativa, pois quanto maior sua presença, maior frustração acumulada. A estaguinacão se firma misturada com a falta de opções aparentes e a sensação dá decadência. Beco. Não há saída. (Francis Helena Cozta)

Não Precisa

É que às vezes você não precisa estar com a multidão. A introspecção de certa forma lhe cai bem. Não precisa estar em estado de euforia o tempo todo, nem mesmo se todos se encontrarem assim. Parece estranho, pois a euforia sempre veio de ti. Talvez seja difícil se enxergar de uma maneira diferente... É que se está diferente. No processo de mudança da vida mais uma vez se está em metamorfose. É que muitas vezes a insatisfação é o que nos faz progredir, transformar, crescer. Nada tem a ver com tristeza, depressão, falta de paixão ou de gratidão, mas com desejo, vontade, visão e inspiração. O que se quer fica mais nítido, mesmo que lá na frente possa parecer que agora não havia nitidez alguma. É um processo... Com infinitas etapas... Que bom! (Francis Helena Cozta)

Um Tal de 2018

Expus a nuca, as vontades e os “nãos”. Disse adeus aos “hábitos” viciosos e me libertei. Subi no Cerro de Santa Lucía e no de San Cristobal também. Tive a visão do paraíso no Embalse el Yeso (o lugar mais lindo que já vi), pisei no Valle de la Luna e no de la Muerte também. Caminhei pelo deserto com as lhamas e vi o céu mais incrivelmente estrelado que poderia ter visto na vida. Produzi e atuei na loucura dos 16 minutos de plano sequência no cinema. Meu corpo voltou a dançar e minha alma a se reconhecer. Viajei pra trabalhar e pra me auto conhecer também. Estudei. Segurei no colo o cara mais legal do mundo no dia que ele nasceu. Me tornei uma inteligência artificial no palco e uma mulher transformada na coxia; Fiz parte de um “trisal” em cena e de um elenco que me fez amadurecer nos bastidores. Atuei e produzi o piloto dos meus sonhos. Cozinhei biscoitos de Natal. Um ano de escolhas profundas, de mudanças, de “erros” conscientes e de acertos certeiros. O ano das sementes! Por incrível que pareça (pra mim mesma) termino esse ano mais feliz do que comecei. Talvez tenha valido a pena! 🙏🏻