segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Fagulha

Eu prometo fazer algo por mim e acabo por fazer “outro” algo diferente. O que parece proibição acaba em sufocamento. Eu me decepciono com as pessoas, mas já devo tê-las decepcionado tantas vezes sem me dar conta do que fiz... Ou do que deixei de fazer. Me emociono com a mãe separada que sofre ao ter que deixar os filhos com o pai ausente. Talvez porque eu senti isso na pele. Me desprendo do egoísmo para pedir ajuda, não por algo para mim (porque ainda não superei o orgulho de “pedir” algo que seja para mim), mas para alguém que só quer terminar os estudos. Talvez porque eu lembre o quanto foi desgastante financeiramente (e emocionalmente) a época em que fiz faculdade. Chamo as pessoas para verem um trabalho feito com muito primor, onde sei que a pessoa sairá transformada com a mensagem dita, e não tenho sequer uma resposta sincera de: -“Não, não me interessa ir.” Vivemos no mundo das mensagens visualizadas, mas nunca respondidas. Do receio de dizer a verdade, onde isso pouparia tempo e esforço. Do medo de dizer “preciso de você”, ou “pára, por favor”. Da nostalgia, onde tudo que é do passado é bem bacana e dá audiência, mas o que é do agora, soa pouco interessante... Talvez porque para ver o novo você tenha que se desprender dessa ideia de que o passado foi perfeito e se abrir para novas (e melhores) experiências. No final das contas, só nos envolvemos com o que nos é conveniente e nos trará alguma vantagem (no lado da razão), ou com o que nos identificamos de fato, por já termos sentido no nosso próprio corpo e ter doído muito (no lado da emoção). Hoje é um dia de Sol, reflexão, ansiedade e foco na fagulha da esperança pelo que me faz suspirar. E quando eu vi... Já fiz... Leveza. (Francis Helena Cozta)

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