quinta-feira, 4 de abril de 2019

Diferente

É porque talvez os sonhos já não sejam mais os mesmos de antes. Que estranhamento! E não há tristeza alguma nisso. Na verdade o que existe é um agora tão mais palpavelmente feliz onde se percebe o todo conquistado e sentir-se tranquilamente realizado é tão mais prudente. Talvez aqueles sonhos nunca fossem de fato genuínos, porque onde paira a dúvida, o medo, a incerteza, não parece ser algo realmente interno... Ou simplesmente tudo muda, se adapta, se adequa, amadurece e se encaixa. A tão amada euforia toma outra forma. A tão necessária paixão ganha outra visão. Tão sutil, mas tão certo e leve. Com o ano que ficou pra trás, também ficaram as fotos antigas, o corte de cabelo que não se gostava, os dois mil e cem litros de “não alegrias”, as roupas compradas por obrigação, as histórias das quais não se faz mais parte, e os velhos sonhos... Porque talvez esteja na hora de começar a ter novos sonhos... Que combinem mais com quem se é agora... Que supram as necessidades de uma nova consciência que começa a existir de uma maneira tão natural que gera até um certo espanto. É um processo de entendimento, pois ainda não está muito claro, mas com certeza está menos custoso, menos impositor, sem a auto cobrança desenfreada e desgastante. Não há desistência, pois isso não combina com a personalidade. O que existe mesmo é mudança, fluência... Tudo está tão diferente. (Francis Helena Cozta)

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