quarta-feira, 23 de abril de 2014

29

Ela se veste de céu, o da cor do dia e o da cor da noite também. Ela se vê nova e se sente velha. Ela se vê velha e se sente nova. Ela vê que tudo passa, tudo o que tem de passar é o tudo que passa. O que é dela livremente fica. Ela é princesa, ácida, irônica, mas princesa. Ela ainda sonha... Bobagem... Que sonhos pequenos perto do que ela pode realizar. Ela sabe da vida e de nada sabe. Ela sabe amar, e como amar e mais amada ser. Ela se entrega ao intenso e ao intensivo também. Ela tem 29, não 19. Ela não é menina-mulher, talvez mulher-menina... Não! Ela é mulher. Ela chora de felicidade. Ela ri de tristeza. Ela se realiza com pouco e é boba ao pensar que precisa de muito. Ela escreve porque sente demais. Ela transborda seus adjetivos. Ela é a sanidade personificada na loucura. Ela é artista de alma. Ela se pergunta: hoje estou onde gostaria?! E se responde: Não. Ela se pergunta: hoje sou quem eu gostaria?! E sem a menor dúvida de imediato ela se responde: SIM. (Francis Helena)

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