terça-feira, 10 de novembro de 2015

Percepção.

Parece ser saudade. Mas é um pouco diferente. Não há saudade de um alguém. A existência é a saudade do momento sentido, da sensação vivenciada, do instante eterno. Mas se foi vivido por um único ser, só cabe a ele a compreensão desse sentimento... Pode-se dizer então que a saudade é de si próprio. Saudade dele mesmo ou de como ele mesmo era. Então está tudo bem, pois está tudo no devido lugar. Cada qual em seu devido lugar. Doce é a compreensão do saber. Agora. Agora não mais como antes. Não há porque querer reviver, pois agora se é novo, renovado. Não se pode mais misturar. Já se fez diferente e cada vez mais entendido e perceptivo. Daquilo que está lá, ficou realmente para trás. Daquilo que está aqui, ah... Se intensifica instante a instante e mais uma vez renovado. Não está mais lá. Na verdade sempre esteve aqui. Elegantemente diferente, sensivelmente apaixonante, perceptivelmente único, para os sábios, para os raros, para os sensíveis, para os perceptíveis. Suave e distinto, pois a percepção veio da essência. (Francis Helena Cozta)

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