segunda-feira, 21 de março de 2016

Sol e Lua

Pois quando ela era mais nova, sair de férias era algo triste. Como estar bem sem seu dia-a-dia feliz? Voltar das férias podia ser assustador. Como saber o que viria pela frente? Na verdade o que ela era, era ser feliz o tempo todo, se apegar a cada sensação vivida e acabar eternizando tudo. Ela não cresceu, mas amadureceu. Ela não mudou, ela evoluiu. Continua com a mesma intensidade de sempre. Ama viajar, tem uma fissura pelo mar que chega a ser difícil explicar. Talvez ele, o mar, seja muito parecido com quem ela seja... Sempre instável, mas no mesmo lugar no mundo. Criando novas ondas, repetindo alguns cursos, levando a novos portos, e levando aos mesmos novamente. Quanto querer pela segurança da liberdade. Uma alma liberta como o mar que sempre encontra a praia, onde é beijada pelo Sol, mas também pela Lua. Ela precisa navegar. Ela precisa atracar. Ela mistura a realidade com a fantasia, sem distinguir uma da outra. Mas qual a diferença entre elas mesmo? Para ela não há. Ela se torna parte da poesia e então não há mais distinção... Uma já é parte da outra. E por tudo isso ela pode dizer que ama apaixonadamente, o seguro e liberto, real e fantasioso, viver. (Francis Helena Cozta)

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