quarta-feira, 18 de abril de 2018

Talvez

O cheiro do amaciante na roupa é forte. Isso soa conforto. Um pequeno acalanto para um coração palpitante, inseguro. A insônia que havia deixado de ser companheira, volta a dar as caras. Sensações guardadas para um dia serem esquecidas fazem lembrar de quem se era. Quem se era ou quem ainda se é? Se transformar é duro. A mudança exige muito. Um peito repleto de dúvidas. Uma mente que tenta ser sensata. Um nó na garganta e o choro que vem. Para cada lágrima um questionamento. Um certo desgaste regado a comparação. É preciso lembrar-se de quem se está se tornando para não diminuir-se. Escolha ou necessidade? Um processo rumo a um futuro incerto. Tudo é incerto afinal. E dói. Talvez o nome disso seja medo. (Francis Helena Cozta)

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