terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Falta

O ano em que meu cérebro trabalhou absurdamente, mas meu corpo parou. Sinto falta da sala de dança, da sala de ensaio, do palco do teatro. Meu corpo pede por expansão. Nunca em toda a minha vida fiquei tanto tempo sem esse contato com o teatro e com a dança, e consequentemente com meu corpo. Além de ser meu instrumento de trabalho, ele necessita de expansão, de contato, de fluidez. Hoje quando vi esse corredor de luzes, pensei: -“vou rapidinho ali fazer um arabesque.” A calça jeans, o tênis, a máscara atrapalharam meu corpo enrijecido, pois também sinto falta da roupa de aquecimento, da malha de dança, do surrado trapo de ensaio. (Francis Helena Cozta)

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