Devaneios

Ás vezes acho que quando se diz "Nunca deixe de sonhar" é como dizer "O mais importante é competir."
Não sei até que ponto sonhos são saudáveis... ou se expectativas são saudáveis, porque acredito que quando se sonha se cria um expectativa em cima de algo. Não sei se isso tem a ver com o que quero dizer agora, mas talvez sim.
A um tempinho atrás eu era a favor da felicidade calma onde o que importava era apenas o que tem leveza e serenidade. Achava que euforia não era algo bom. Hoje acho que é algo indispensável ás vezes.
Hoje eu consigo compreender algumas pessoas que trazem em si uma certa melancolia e que eu achava que era fácil se livrar dela, até achava que eu era capaz de fazer isso pela pessoa. Eu não entendia como alguém não chegava ao ápice da felicidade e se não chegava porque ela não ia mais além para chegar.
De fato a gente muda. Não sei se algumas mudanças são pra sempre, mas ás vezes acho que certos modos de pensar hoje em dia vão acabar se tornando rotina e não sei se será bom ou não.
Sempre achei que ser adulto era muito melhor e continuo achando, pois quando se é criança somos obrigados a fazer certas coisas que não queremos, ao passo que ser adulto tudo lhe é permitido e faz parte apenas da sua escolha.
Não sei se a não euforia está ligada a se tornar adulto, pois se se pode fazer o que quiser, se pode chegar a euforia, mas não é bem assim que acontece.
Palavras como recalque e nostalgia fazem sentido hoje em dia, não sei se pelo fato de ser adulto ou se os fatos que ocorreram nos últimos tempos ou pessoas dos últimos tempos deixei que me influenciassem ao ponto de tomarem conta de alguns sentimentos.
Vejo as pessoas contentes com as coisas da vida, mas não as vejo felizes com as coisas da vida. Eu não gostaria de fazer desse grupo de pessoas contentes. Será que eu convivia com pessoas felizes antes ou elas sempre foram contentes e eu com meus olhos felizes as enxergava assim. Hoje tenho o melhor chuveiro que já tive e aprendi a gostar de fazer abdominais, fatos esses que me trariam felicidade e não contentamento. (Francis Helena)