sábado, 15 de agosto de 2020

Jornada

A vontade que me invade de por um momento me sentir a Tracy Whitney de “Se Houver Amanhã” do Sidney Sheldon só para estar no Museu do Prado.
Sim, eu sei, me parece um tanto quanto juvenil, mas não se atente especificamente ao autor e sua obra, mas sim à vontade.
Minha pequenez está um tanto quanto gigante ultimamente. Parece uma dicotomia, mas talvez não seja.
Mesmo na vasta ignorância minha mente pede por mais e meu coração pulsa à medida que cada novo pensamento chega.
Me sinto viva, pois há tanta vida a ser vivida. Entendo a necessidade da omissão e da quietude do silêncio para dar vazão ao aprendiz latente em mim. Parece um tanto quanto desafiador para uma personalidade quase que sempre opinativa e firmemente presente, mas no momento o dificultoso seria obrigar-se a imposição do estar. O agora pede pelo ficar, e por que não fincar (mesmo a gana sendo de voar). Ixi, mais uma dualidade que ainda assim faz sentido.
O mundo está cada vez maior. A ansiedade se mistura com a paixão.
No documentário da Laís Bodansky sobre “O Ator Intvisível”, tanto Cássia (Kis) quanto Lee (Taylor) afirmam que para o espetáculo acontecer, é preciso o ator desaparecer.
Talvez esteja aí a questão que me assola tão lindamente agora. Desapareço para que as belezas do mundo se sobressaiam. Silencio para escutar os mestres que me conduzem. As mais belas obras me vêm à mente. Ok, confesso que só por um momento seria Sabine (com seu chapéu) de “A Insustentável Leveza do Ser” do Milan Kundera, mas pensando bem, minha vontade está em continuar sendo a mim mesma para poder escrever uma história que ainda não foi contada e assim me surpreender a cada novo conhecimento adquirido. Jornada. Está só começando. (Francis Helena Cozta)

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